A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) poderá voltar a
proibir a venda de chips de celular das operadoras Tim, Claro e Oi. O
presidente da Anatel, João Rezende, disse que a agência vai acompanhar a
cada três meses a evolução dos investimentos e dos indicadores de
qualidade do serviço prestado por essas empresas. Caso as operadoras não
cumpram os compromissos assumidos, a Anatel poderá decidir por uma nova
proibição das vendas.
As declarações foram feitas nesta
terça-feira, em audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia,
Comunicação e Informática da Câmara.
“Vamos exigir das empresas um
esforço concentrado na melhoria dos problemas que levaram à medida
cautelar [de suspensão das vendas]. As empresas têm que acelerar,
antecipar investimentos”, disse Rezende.
A suspensão das vendas
começou no último dia 23 de julho e durou 11 dias. A Anatel liberou as
vendas após as empresas terem se comprometido a investir R$ 20 bilhões
nos próximos três anos.
Instalação de antenas
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Eduardo Levy, afirmou na audiência que haverá uma antecipação de parte desses investimentos: R$ 4 bilhões para melhoria da qualidade da cobertura e do atendimento nos call centers, que são as duas principais reclamações dos consumidores.
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Eduardo Levy, afirmou na audiência que haverá uma antecipação de parte desses investimentos: R$ 4 bilhões para melhoria da qualidade da cobertura e do atendimento nos call centers, que são as duas principais reclamações dos consumidores.
Levy
reclamou, no entanto, de leis municipais que restringem a instalação de
antenas de telefonia celular. “É preciso ter a compreensão da sociedade
e dos legisladores, principalmente municipais, de nos dar facilidade.
Sem a infraestrutura, sem as antenas, é impossível colocar um serviço
com a qualidade que a população merece.”
Segundo Levy, há mais de
250 legislações municipais restritivas no Brasil. Ele alertou para a
urgência de uma lei federal que regule o tema. "Com a chegada da
tecnologia 4G, precisaremos de duas vezes mais antenas até 2017."
Já
o presidente da Anatel lembrou que cabe aos municípios regular a
ocupação do solo e que, por isso, há tantas leis sobre a instalação de
antenas. "Se criou o mito de que a antena de celular causa câncer.
Talvez, por isso, haja restrições."
Explicações insuficientes
O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) não ficou satisfeito com as explicações dadas na audiência. Ele disse que o presidente da Anatel não soube responder qual a diferença entre os planos de expansão anteriores e o novo plano apresentado pelas operadoras em resposta à suspensão das vendas de chip.“[O presidente da Anatel] transfere a bola para as operadoras, e as operadoras [afirmam] genericamente que mudou apenas o cronograma, que vão antecipar algumas obras.”
O deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) não ficou satisfeito com as explicações dadas na audiência. Ele disse que o presidente da Anatel não soube responder qual a diferença entre os planos de expansão anteriores e o novo plano apresentado pelas operadoras em resposta à suspensão das vendas de chip.“[O presidente da Anatel] transfere a bola para as operadoras, e as operadoras [afirmam] genericamente que mudou apenas o cronograma, que vão antecipar algumas obras.”
Imbassahy disse
suspeitar que os compromissos acertados pelas operadoras com a Anatel
sejam “uma atitude muito mais de marketing do que de defesa do usuário
do serviço de telecomunicações”.
Em resposta ao deputado, o
presidente da Anatel se comprometeu a voltar à Câmara em três meses para
apresentar a evolução dos indicadores de qualidade verificados pela
agência. João Rezende anunciou ainda que, a partir de novembro, a
agência vai verificar a qualidade da banda larga (fixa e móvel) no País,
principalmente a velocidade e a estabilidade do serviço.
Denúncias contra a TIM
Ao final da audiência pública, o presidente da Anatel comentou a suspeita de que a TIM esteja derrubando propositalmente ligações feitas por usuários do Plano Infinity, cuja cobrança é feita por chamada efetuada e não por tempo de ligação.
Ao final da audiência pública, o presidente da Anatel comentou a suspeita de que a TIM esteja derrubando propositalmente ligações feitas por usuários do Plano Infinity, cuja cobrança é feita por chamada efetuada e não por tempo de ligação.
A fiscalização da Anatel identificou
indícios desse procedimento, mas João Rezende afirmou que o relatório é
preliminar. Segundo ele, o processo administrativo contra a TIM está em
andamento e a empresa terá direito a defesa antes de ser julgada pelo
departamento jurídico e pelo Conselho Diretor da Anatel.
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