O governo vem ampliando a conversa com os prefeitos das cidades-sede
da Copa das Confederações para reduzir os empecilhos relativos à
dificuldade para a instalação de um número maior de antenas, que serão
essenciais para prestação dos serviços de internet de banda larga de
quarta geração (4G) a partir de abril de 2013. "Estamos percebendo uma
enorme sensibilidade (com as prefeituras) sobre este tema", afirmou o
secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez, após
participar nesta terça-feira de seminário sobre o setor de
telecomunicações na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp).
Segundo ele, porém, os prefeitos não querem abrir mão da
integridade do território e dos espaços urbanos. Alvarez citou o exemplo
da cidade do Rio de Janeiro, que poderia passar a contar com um maior
número de antenas em sua orla marítima. "É preciso ter uma negociação e
uma discussão com prefeitos, não só sobre a densidade e as distâncias
(entre as antenas), mas também sobre o paisagismo e o ambiente urbano",
afirmou.
O governo está preparando a chamada Lei das Antenas, com
abrangência nacional, como forma de poder acelerar a instalação dessa
infraestrutura. A dificuldade para a instalação das antenas se deve às
mais de 250 legislações municipais que impõem dificuldades para expansão
e colocação dessa infraestrutura, como regras ambientais. Segundo a
Fiesp, no Brasil há cerca de 50 mil antenas que cobrem o 3G, número
próximo ao da Itália, que conta com um território de tamanho semelhante
ao de Goiás.
Alvarez acrescentou que, devido às eleições
municipais, em outubro, a discussão com as prefeituras sobre a
legislação restritiva à instalação das antenas deverá ser retomada a
partir de novembro. Questionado se poderia ficar para 2013, ele foi
enfático ao dizer que não. "Estamos trabalhando com os prefeitos das
sedes da Copa das Confederações para a aceleração das obras (de
infraestrutura de telecomunicações)", afirmou.
Com o 4G, o número
de antenas precisará ao menos ser triplicado, em relação aos serviços
prestados pelo 3G. Apesar da maior capacidade de tráfego de dados, a
antena com o sistema de 4G tem uma abrangência de sinal menor e,
portanto, requer uma distância menor entre elas. Para triplicar o número
de antenas, o departamento de infraestrutura da Fiesp calcula ser
necessário investimentos de aproximadamente R$ 37 bilhões.
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