Quem nunca entrou em uma loja e foi recebido por um vendedor que começa a contar todas as vantagens de obter o cartão de crédito próprio da loja? Entre elas estão os descontos nas anuidades, maiores parcelamentos, modelo de pagamento expandido em lojas de departamento, livrarias e supermercados. Porém, é preciso ter cautela. Algumas armadilhas podem estar escondidas nesses cartões, e o cliente corre perigo de acabar machucando o bolso.
Uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil mostra que do total de brasileiros inadimplentes - devedores com mais de três meses de atraso -, 43% têm dívidas com os cartões de lojas. “Muitas vezes essas facilidades oferecidas não compensam, e o que é ofertado tem que ser muito bem analisado. O cartão de crédito dos bancos tem juros muito altos, mas os de lojas são ainda maiores”, afirma a economista-chefe do órgão, Marcela Kawauti.
Esse tipo de cartão pode incentivar as pessoas a comprarem mais do que podem, por isso o consumidor deve ficar alerta para não fazer compras supérfluas e desnecessárias. “Elas exageram e não conseguem quitar as dívidas, achando que está tudo bem quando pagam o mínimo. Mas, na verdade, pagar o valor mínimo da fatura significa que o consumidor acabou de contrair uma dívida altíssima”, explica a economista.
Menos exigências, mais riscos
Um dos principais atrativos desse tipo de cartão é que são feitas menos exigências quanto ao nível de renda e a documentação necessária para a adesão. Esse risco que as administradoras correm está incluído nos juros altos cobrados por essa forma de crédito. Além disso, normalmente, assim que o consumidor faz a solicitação do cartão, ele já é autorizado a fazer compras na própria loja.
Os cartões de lojas cobram juros embutidos e, na maioria das vezes, não anunciam isso de forma transparente. Se o consumidor que possui esses cartões entrar no rotativo, ele pode pagar juros anuais que ultrapassam os 600% ao ano, enquanto os encargos dos cartões tradicionais giram em torno de 200% anuais.
Caso você realize todas as suas compras em uma loja específica e tenha planos de continuar fiel, pode valer a pena fazer o cartão. Mas, no caso de eletrodomésticos, por exemplo, é difícil que alguém tenha o hábito de toda semana comprar um laptop, televisor ou geladeira para que os descontos da loja sejam válidos. Fique atento e procure órgãos de defesa do consumidor caso haja alguma prática abusiva das lojas!
Cuidados antes de fazer o cartão
1- Dê preferências aos cartões que oferecem boletos que podem ser pagos em bancos ou pela internet, assim você evita compras impulsivas.
2- As cláusulas costumam ser confusas nos contratos. Normalmente os vendedores oferecem o cartão juntamente com facilidade e a urgência em preenchê-lo. Portanto, muita atenção ao ler as letras miúdas. Peça para levar a papelada para casa e leia atentamente. Se algo parecer duvidoso, volte ao local e tire suas dúvidas antes de tomar qualquer decisão.
3- Caso o cartão prometa anuidade gratuita, investigue se a oferta é mesmo verdadeira ou se ela está embutida em outras taxas, como a cobrança para gerar uma fatura. A mesma regra é válida para os que oferecem parcelamentos sem juros. Verifique se eles não estão escondidos em outras taxas antes de aceitar a proposta.
4- Evite ter muitos cartões de crédito. Com diversos deles na carteira, pode ser mais fácil perder o controle sobre o pagamento das contas do mês.
Fonte: Reclame Aqui
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