Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) elevaram
pela 12ª semana seguida a projeção para a inflação de 2015. Desta vez, a
estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
subiu de 9% para 9,04%. Há quatro semanas, a projeção estava em 8,46%.
Para 2016, a estimativa caiu de 5,50% para 5,45%.
O próprio BC
projeta inflação em 9%, este ano, muito acima do teto da meta (6,5%). O
BC só espera alcançar o centro da meta (4,5%) em 2016.
Para
tentar frear a alta dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom)
do BC tem elevado a taxa básica de juros, a Selic. A taxa já foi elevada
seis vezes seguidas e o BC tem sinalizado que o ciclo de alta continua.
A próxima reunião do comitê está marcada para os dias 28 e 29 deste
mês. Atualmente, a Selic está
em 13,75% ao ano e as instituições financeiras esperam que a taxa
chegue a 14,5% ao final deste ano. No final de 2016, a Selic deve ficar
em 12,06% ao ano de acordo com a mediana (desconsidera os extremos nas
projeções) das expectativas.
A taxa é usada nas negociações de
títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e
serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao
reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os
preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a
poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e
incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a
inflação.
Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa
Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda
na produção e no consumo.
A expectativa das instituições
financeiras para a retração da economia, este ano, passou de 1,49% para
1,50%. Essa é a sétima piora seguida na estimativa para o Produto
Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no
país. Para o próximo ano, a projeção é de crescimento, mas de apenas
0,5%. Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter
uma queda de 4,72%, contra 4% previstos na semana passada. Em 2016, a
projeção de crescimento passou de 1,50% para 1,35%.
A pesquisa do
BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de
Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu de 7,37% para
7,42%, este ano. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a
estimativa passou de 7% para 7,32%, em 2015. A estimativa para o Índice
de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
(IPC-Fipe) subiu de 8,58% para 8,60%, este ano.
A projeção para a cotação do dólar subiu de R$ 3,20 para R$ 3,22, ao final de 2015, e de R$ 3,37 para R$ 3,40, no fim de 2016.
Fonte: Agência Brasil
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