Com a crescente oferta de crédito pelos bancos e com a facilidade para adquirir produtos atualmente, muitos são os fatores que levam a inadimplência. Porém, o desemprego continua sendo sua maior causa. Uma pesquisa para avaliar o perfil do inadimplente feita pela Boa Vista Serviços, administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), mostra que esse motivo representa 31% dos casos entre os consumidores entrevistados. A pesquisa foi realizada no primeiro trimestre de 2013 e ouviu cerca de 1.100 consumidores na cidade de São Paulo.
Em segundo lugar fica o descontrole financeiro, que caiu de 26% para 24% em relação à pesquisa anterior (que acontece trimestralmente). O desemprego é a causa preponderante nas faixas de renda familiar de até três salários mínimos (39%). Entre os consumidores que ganham de três e dez salários mínimos, o principal motivo é o descontrole financeiro (28%), mesma causa declarada entre as faixas acima de dez salários mínimos (17%). Em terceiro lugar, a pesquisa aponta o empréstimo do nome a terceiros (10%).
Mais da metade dos inadimplentes (55%) declaram possuir uma conta em atraso que causou a restrição, 30% declaram possuir entre duas ou três contas e 15% possuem quatro contas ou mais. A maioria (34%) das dívidas não pagas está abaixo de R$ 500,00, mas 15% possuem dívidas abertas acima de R$ 5.000,00. Trinta e seis por cento entre R$ 500,01 e R$ 2.000,00 e 16% entre R$ 2.000,01 e R$ 5.000,00.
Causas da inadimplência
O não pagamento da fatura do cartão de credito e das prestações de carnês e boletos foi o principal fator da inadimplência. Segundo a pesquisa, 28% dos entrevistados declaram ter alguma restrição gerada por uma compra realizada com cartão de crédito. Em seguida as restrições foram ocasionadas devido ao não pagamento de carnê/boleto (26%), cheques sem fundos (19%), empréstimo pessoal (14%), cartão de loja (7%) e cheque especial (6%).
Três itens se mostraram igualmente importantes quando a pergunta refere-se ao produto ou serviço que causou a inadimplência. Para 15% dos entrevistados uma das dívidas não pagas originou-se da aquisição de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos. Da mesma forma, 15% citam a compra de produtos ou serviços relacionados à alimentação como os causadores das dívidas, e outros 15% citam a compra de vestuário e calçados e para 9% a origem foi do não pagamento de contas de concessionárias de serviços públicos.
Nível de endividamento
A pesquisa também mostra que o número de pessoas inadimplentes que declararam não terem como pagar suas dívidas subiu de 4% para 8%. Quanto à parcela da renda comprometida com dívidas (somando todas as dívidas, com restrição ou não) 19% declaram que mais da metade da renda familiar mensal está comprometida com seu pagamento. Esse número era de 16% em dezembro de 2012. Quarenta e oito por cento declaram que até 25% da renda está comprometida com o pagamento de dívidas e 33% declaram ter entre 25% e metade da renda familiar comprometida.
Situação atual e expectativas
Diminuiu também a proporção de inadimplentes que julga que a sua situação financeira é melhor hoje do que no ano anterior. Em setembro de 2012 eram 56%, em dezembro esse número aumentou para 64% e passou para 56% em março de 2013. A proporção dos que acreditam que a situação está pior subiu de 13% para 18%. Também diminuiu a porcentagem dos inadimplentes que acredita que a situação financeira estará melhor no próximo ano (89%), contra 90% em setembro de 2012 e 92% em dezembro, refletindo uma queda no otimismo do consumidor.
Fonte: Uol
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