Um em cada três brasileiros fumantes abandonou o vício entre 1989 e 2010 após a adoção de medidas restritivas de propaganda no país, incluindo a adoção de avisos sobre os riscos de fumar nas embalagens. É o que revela uma pesquisa inédita feita em Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro com 1.830 pessoas. O levantamento ainda mostrou que a maioria da população é a favor de medidas mais rigorosas para combater o tabagismo: 92% dos não fumantes e 89% dos fumantes entrevistados concordam que o governo deveria fazer mais para combater o vício.
Ainda de acordo com o estudo, quando indagados se produtos do tabaco deveriam ter controle maior, 83,1% dos fumantes entrevistados afirmaram que sim. "Os números deixam claro que a população é muito receptiva", diz a coordenadora do estudo, Mary MacNally.
Batizado de relatório da Política Internacional do Controle do Tabaco (ITC), o trabalho é fruto de uma parceria entre a Universidade de Waterloo, no Canadá, o Ministério da Saúde, o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), a Fundação do Câncer, a Aliança de Controle do Tabagismo (ACTbr), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab).
A primeira etapa da análise foi feita em 2009. Depois, foram analisadas as respostas dos participantes no fim de 2012 e neste ano. A pesquisa identificou também queda na percepção de propaganda de cigarro. Em 2009, 42,8% dos fumantes relatavam que o marketing do cigarro era frequente ou muito frequente. Na entrevista mais recente, porém, esse número caiu para 22,6%. O mesmo fenômeno foi notado no grupo de não fumantes. Além disso, quase metade dos entrevistados afirmou ser favorável à adoção de uma embalagem "genérica" do cigarro: todos com a mesma cor, sem desenhos e logotipos.
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