sexta-feira, 17 de maio de 2013

Governo de SP vai distribuir kit de combate ao bullying nas escolas

 
Kit com cartilhas de prevenção ao bullying serão distribuídos para professores da rede estadual de São Paulo (Foto: Vanessa Fajardo/G1)
A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo lançou nesta quarta-feira (15) um kit com seis apostilas para professores, diretores e alunos sobre conscientização e combate do bullying nas escolas. O guia, feito em parceria com o Cartoon Network, foi adotado por vários países da América Latina. A peça faz parte da campanha “Chega de Bullying” que teve início em 2011 nos Estados Unidos e começou no Brasil há um ano.
O kit só está disponível na versão on-line (www.chegadebullying.com.br e www.educacao.sp.gov.br). Segundo Felippe Angeli, coordenador do sistema de proteção escolar, o governo do Estado vai oferecer treinamento aos professores e em 2014 distribuir o material nas escolas. Segundo ele, as escolas já tem como registrar os casos de denúncia em um sistema eletrônico interno. Nos próximos meses, o sistema permitirá classificar a ocorrência como "bullying".
A secretaria afirma que a finalidade do registro é mediar da melhor forma as situações e prevenir as ocorrências. “O bullying é um problema silencioso, queremos que ele saia do anonimato. Não queremos números neste primeiro momento”, diz Angeli.
Para Larissa Pissarra, gerente sênior de responsabilidade social do Cartoon Network, a grande mensagem da cartilha é todo mundo pode fazer algo para que o bullying seja evitado. “Virou moda falar que é vítima de bullying, mas o bullying é uma violência sistemática que ocorre nas escolas contra alguém que se sente ofendido. Há uma repetência de ações.”
‘Tenho medo de sofrer de novo’
Para um aluno de 15 anos que cursa o 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Alexandre Von Humboldt, na Lapa, Zona Oeste de São Paulo, onde ocorreu o lançamento de cartilha, a campanha vai beneficiar principalmente as crianças. “Eu era gordinho e mais alto do que as crianças da minha sala. As pessoas me zoavam pelo meu peso. Tenho dislexia e dificuldade para aprender, o que piorou minha situação. Já cheguei a reagir verbalmente e sofri agressão”, afirma.
O garoto conta que sofria bullying quando tinha entre 7 e 8 anos, e que os pais chegavam a reclamar na escola, mas não tiveram retorno. “Tenho medo de sofrer de novo e por mais que eu tenha sido vítima, aprendi a lição de tratar todas as pessoas da mesma forma. Também serviu de aprendizado.”
‘Violência é o que mais preocupa’
“A violência é hoje o que mais preocupa a secretaria da educação. Grande parte do desinteresse dos jovens pelos cursos de licenciatura é por conta da segurança. Mesmo desejando ser professores, o desrespeito desmotiva os profissionais”, diz o Secretário de Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald.
Questionado sobre a pesquisa divulgada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) que aponta que quase metade (44%) dos professores entrevistados relata que já sofreu algum tipo de agressão, Voorwald reconhece o problema e  afirma que a secretaria oferece programas para minimizá-lo. Entre eles, a ronda escolar o professor mediador, e a própria campanha de bullying.
“A secretaria por si só pode ser uma indutora, mas os agentes modificadores estão dentro da escola, são professores, diretores, alunos e pais. A sociedade tem parcela de culpa e responsabilidade no processo.”
Fonte: G1 - Noticias

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