Cientistas
americanos criaram um teste capaz de detectar, em pacientes infectados
pelo HIV, quais anticorpos são capazes de atacar o vírus e até de
neutralizar, mas não combater, uma infecção. O teste também pode dizer
de que forma esses anticorpos agem sobre o HIV e quais partes do vírus
eles atacam. Segundo os pesquisadores, essa nova ferramenta pode
fornecer informações importantes para o desenvolvimento de uma nova
vacina contra a infecção. O estudo que deu origem ao teste foi publicado
nesta sexta-feira na revista Science.
Embora o
nosso corpo não seja capaz de combater completamente uma infecção pelo
vírus HIV, há alguns casos de pessoas contaminadas cujo sangue apresenta
poderosas propriedades de neutralização do HIV. Há algum tempo,
cientistas do Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas
(NIAID, sigla em inglês) estudam esses pacientes, especialmente seus
anticorpos que têm a capacidade de atacar o vírus causador da aids.
No
entanto, há uma série de dificuldades no estudo desses anticorpos. Até
agora, as técnicas disponíveis para isso não permitiam detectar
facilmente, ao analisar amostras de sangue dos pacientes, as
características dos anticorpos capazes de atacar o HIV ou então quais
partes do vírus atacavam. Além disso, para determinar como e onde os
anticorpos aderiam ao vírus, eram necessárias grandes quantidades de
sangue dos doadores.
A ferramenta — O teste criado
no NIAID, desenvolvido com base em um algoritmo matemático, fornece uma
"impressão digital" dos anticorpos que neutralizam o HIV, permitindo
que os cientistas explorem um importante banco de dados sobre esses
anticorpos armazenado ao longo dos últimos anos. De acordo com os
pesquisadores, o sistema permite medir quais células do vírus podem ser
neutralizadas por um anticorpo determinado, e com qual intensidade, além
de calcular os tipos específicos de anticorpos presentes e a proporção
de cada um deles, comparando suas características com as contidas no
banco de dados.
Para os autores do estudo, a técnica também
poderia ser utilizada no estudo de respostas imunológicas humanas a
outros agentes patogênicos, como o vírus da gripe ou da hepatite C.
Fonte: Veja - Online
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