A obesidade já mata mais que a fome. De acordo com o estudo Global Burden of Disease ("Peso Global das Doenças"), em 1990, a subnutrição era a doença com maior "peso", ou seja, aquela que mais tirava anos de vida saudável da humanidade. Agora, ela despencou para oitavo lugar. Enquanto a obesidade subiu de décimo para sexto - e a má alimentação, com uma dieta pobre em nutrientes, aparece em quinto (os quatro maiores fatores de risco são pressão alta, tabagismo, uso de álcool e poluição).
Para reduzir esses danos da mudança de hábitos, dietas pouco nutritivas e ricas em gorduras e açúcares, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou, por consenso, uma resolução que recomenda esforços para reduzir a obesidade no mundo até 2020. A resolução estabelece um plano de ação contra as doenças não transmissíveis (cardiovasculares, câncer, respiratórias crônicas e diabetes), por intermédio do combate a uma série de fatores de risco, entre os quais a obesidade.
Homer Simpson: símbolo do modo contemporâneo de alimentação inadequada e sedentarismo.A ideia é reduzir, em média, 30% do consumo de sal e aumentar em 20% as atividades físicas. A estimativa da OMS é que há mais de 40 milhões de crianças, com menos de 5 anos, com excesso de peso. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apontam que, em 2009, 21,7% dos brasileiros na faixa de 10 a 19 anos estavam com excesso de peso. Em 1970, o índice estava em 3,7%.
No Brasil, o Ministério da Saúde reduziu a idade mínima para a realização da cirurgia bariátrica de 18 para 16 anos. Antes de fazer a cirurgia, os jovens devem passar por uma avaliação clínica. No prontuário, deverão constar a análise da idade óssea e avaliação criteriosa do risco benefício, feita por uma equipe com participação de dois médicos especialistas.
A idade máxima, até então 65 anos, também foi alterada. Com a portaria, a definição se o paciente deve se submeter à cirurgia não será tomada com base na idade, mas levando em conta a avaliação clínica (de risco e beneficio), podendo ultrapassar o limite atualmente estabelecido.
Além disso, foram estabelecidas metas de redução de gorduras trans e sódio nos alimentos industrializados. Outras medidas, ainda não aprovadas, mas muito discutidas, como a regulamentação restringiria a publicidade de alimentos e bebidas pobres em nutrientes e com alto teor de açúcar, gordura saturada ou sódio, voltada para crianças e adolescentes e a venda de alimentos pobres em nutrientes nas escolas.
Para os especialistas, é fundamental que os governos estimulem e facilitem o acesso a frutas e legumes. Também há recomendações para incentivar as crianças à alimentação saudável. As últimas projeções da OMS indicam que pelo menos um adulto, em cada três, sofre com sobrepeso e que um, em cada dez, é obeso.
“A luta contra a obesidade é uma prioridade, um dos fatores mais importantes para combater as doenças não transmissíveis”, disse o diretor do Departamento de Nutrição para a Saúde e o Desenvolvimento da OMS, Francesco Branca. Segundo ele, o excesso de peso representa o quinto fator de risco de morte em nível mundial, matando cerca de 2,8 milhões de adultos anualmente.
*Com informações da Agência Brasil e Planeta Sustentável
Nenhum comentário:
Postar um comentário