Jogar fora o lixo é simples. Orgânicos vão para o lixo comum,
recicláveis para a coleta seletiva e só. Certo? Errado! Afinal, o que se
pode ou não reciclar? Dentro do universo de vidro, plástico, papel e
vidro existem itens recicláveis, não-recicláveis e, ainda, material
contaminado que deve ter atenção especial no descarte. Dentre as 11 mil
toneladas de resíduos domiciliares produzidos diariamente em São Paulo,
há materiais que põem em risco a segurança de quem descarta, de quem
coleta e do meio ambiente.
Quando um copo quebra, uma lâmpada queima, um medicamento vence, o que você faz? Nem todo mundo conhece os riscos que esses resíduos oferecem e acaba descartando-os sem maiores cuidados, especialmente aos coletores de materiais recicláveis autônomos, os populares carrinheiros, que acabam colocando as mãos nos materiais sem proteção alguma e podem terminar o dia de trabalho seriamente feridos e contaminados.
“Latas,
vidros e pregos, por exemplo, podem ferir a pessoa na hora de colocar o
saco de lixo para fora, um pedestre que esbarre nele e o próprio
coletor. Já pilhas e óleo de cozinha causam danos ao meio ambiente, pois
contêm substâncias que contaminam solo e lençóis freáticos”, alerta a
engenheira sanitarista e ambiental Francine Efigenia Breitenbach,
coordenadora da Operação de Resíduos de Serviços de Saúde da Loga —
Logística Ambiental São Paulo, empresa responsável pela coleta de
resíduos domiciliares na região Noroeste e Centro, da capital paulista.
Confira, a seguir, alguns desses vilões e a maneira correta de descartá-los.
Vidros, palitos de churrasco, pregos, parafusos, latas e talheres
Vidros, palitos de churrasco, pregos, parafusos, latas e talheres
São
chamados de perfuro cortantes e podem causar ferimentos durante o
manuseio. No caso dos vidros, há também perigo de estilhaços na hora da
compactação pelo caminhão de coleta.
O que fazer? Embrulhe esses
materiais em várias camadas de jornal ou coloque-os dentro de uma
garrafa pet com tampa – se necessário, corte a garrafa, acondicione os
cacos e torne a fechá-la com fita adesiva. Ao descartar latas, dobre as
tampas com rebarbas para dentro.
Medicamentos e seus frascos, seringas e agulhas
Os
primeiros contêm substâncias químicas que podem contaminar solo e água –
o mesmo vale para os resíduos que se acumulam em blisters, vidros e
seringas. Com as agulhas, há risco de perfurações e contaminações.
O que fazer? Leve-os a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou a um posto de Assistência Médica Ambulatorial (AMA).
Pilhas, baterias, celulares, computadores, TVs e lâmpadas eletrônicas
Possuem
substâncias tóxicas, como mercúrio, cádmio, berílio e chumbo. Esses
metais contaminam o solo e chegam aos lençóis freáticos. Para o homem, a
exposição a eles aumenta o risco de doenças como anemia e câncer.
O que fazer? Encaminhe o lixo eletrônico a uma central especializada – no site www.institutogea.org.br,
há endereços de recicladores de eletroeletrônicos em toda a Grande São
Paulo. Outra alternativa é pesquisar perto de casa agências bancárias e
supermercados que recolham pilhas, baterias e celulares, e casas de
materiais de construção que aceitem lâmpadas queimadas.
Óleo de cozinha
Depois
de usado demora a degradar. Jogado em pias e ralos forma uma película
que dificulta a drenagem do esgoto e encarece seu tratamento. No solo, o
efeito impermeabilizante dificulta o escoamento da água das chuvas e,
em rios e lagos, impede a oxigenação da água.
O que fazer? Leve o óleo usado a um posto de coleta – vários supermercados já oferecem esse serviço.
Papel higiênico, fraldas descartáveis, absorventes, camisinhas, cotonetes, algodão, ataduras e fio dental
Ficam
contaminados após o uso, como explica o engenheiro Clovis Benvenuto,
diretor da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública
(ABLP). Por isso, não são recicláveis.
O que fazer? Basta jogá-los
na lixeira do banheiro e descartar com os demais resíduos domiciliares.
Jamais devem ser destinados para a coleta seletiva.
Dignidade para o animal de estimação até o fim
Cães,
gatos, pássaros e outros animais de estimação não devem ser enterrados
em terrenos baldios nem jogados no lixo comum ao morrerem. Além do mau
cheiro, a carcaça pode atrair roedores e insetos, contaminar o solo e
provocar doenças.
O que fazer? Hoje, já existem cemitérios e
crematórios para animais. Clínicas veterinárias também se encarregam da
destinação correta do animal. Para quem busca um serviço gratuito, a
opção é levar o corpo diretamente à Estação de Transbordo Ponte Pequena,
mantida pela Loga, na Avenida do Estado, 300, onde ele será mantido sob
refrigeração e será posteriormente incinerado.
Fonte: Uol
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