quinta-feira, 16 de maio de 2013

Estudo diz que brasileiro não sabe usar crédito e é mau poupador


Um das conclusões que Indicador Serasa Experian de Educação Financeira do Consumidor, que foi lançado hoje (14) em São Paulo, demonstrou foi a falta de familiaridade com o crédito e com a noção de poupar dinheiro dos brasileiros. Neste índice, os brasileiros foram avaliados levando em consideração três dimensões: o Conhecimento, a Atitude e o Comportamento. Esse tema também foi abordado noCongresso Consumidor Moderno de Crédito, Cobrança e Meios de Pagamento (CCMCC) deste ano.
O indicador mostrou que o consumidor gasta mais do que ganha, não guarda dinheiro e não planeja o futuro. “Ele é novato no crédito. A falta de informação de quem concede o crédito sobre o real nível de endividamento dos consumidores contribuiu para levar milhões de famílias brasileiras a vivenciarem o superendividamento. A implantação do cadastro positivo poderá, ao longo do tempo, evitar essa situação e elevar a educação financeira”, afirmou Ricardo Loureiro, presidente da Serasa Experian.
Para chegar aos resultados do estudo, foram consultadas 2.002 pessoas em 142 cidades de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal no primeiro trimestre de 2013. Uma dessas conclusões foi que mais dinheiro na conta nem sempre significa melhor comportamento financeiro: pessoas que ganham mais de dez salários mínimos mensais foram avaliadas na dimensão Comportamento com uma nota igual daquelas que recebem um salário mínimo.
A medida que se avança nas escalas de rendimento, o nível de educação financeira sobe, mas por causa de outras dimensões como Atitude e Conhecimento. Ou seja, não é ter dinheiro na conta que faz com que a pessoa saiba poupar, e sim seu conhecimento em finanças pessoais e sua capacidade de se planejar.
Outros itens levados em consideração foram a escolaridade, que cresce juntamente com o nível de educação financeira e idade, que também tende a crescer de forma proporcional. O estudo também concluiu que as pessoas tendem a ter melhor índice de educação financeira quanto mais membros da família estiverem envolvidas nas decisões financeiras.
Aposentadoria e futuro
Um aspecto importante que podemos avaliar desse estudo é a falta de preocupação do brasileiro em relação à aposentadoria e futuro financeiro. O indicador mostra que para 42% dos entrevistados, a única forma de investimento a longo prazo é para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e apenas 5% investem em algum plano de previdência privada. 
Estudos como esse são um impulso para que a educação financeira seja vista como algo mais urgente pelos órgãos responsáveis. “Com o Indicador Serasa Experian de Educação Financeira do Consumidor, o Brasil passa a ser o primeiro país do mundo a ter uma metodologia que permite conhecer o nível de educação financeira da população. Entregaremos anualmente o Indicador para apoiar a medição de resultados em empresas, na sociedade civil organizada e junto aos governos, que encaram o grande desafio de educar financeiramente nossos consumidores”, afirma Loureiro.

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