Tipos de capacetes e utilização
Às vezes é mais difícil
escolher o capacete, do que a própria moto. Existem diversos tipos,
tamanhos e funcionalidades. Então, como escolher? Em primeiro lugar, o
motociclista deve levar em conta o tipo de utilização, que pode ser
dividida em: uso dentro das cidades, para a estrada ou para a prática de
esportes on-road (em piso de asfalto) e off-road (na terra). Para o uso
urbano, há três tipos de capacetes: o integral (totalmente fechado), o
aberto - que deixa rosto e queixo expostos - e o escamoteável
(articulado). É claro que o integral é mais seguro, pois oferece maior
proteção, tanto em caso de uma queda, quanto das adversidades das vias,
como insetos ou pedras lançadas por outros veículos. O aberto é mais
confortável nos dias quentes do verão, pois deixa o rosto exposto ao
vento, mas é obrigatório ter viseira (assim como os outros) ou ser usado
com óculos de proteção próprios para motocicletas. Os modelos
escamoteáveis, ou articulados, unem a segurança do capacete integral,
com a sensação de liberdade do capacete aberto. Porém, em caso de um
impacto forte, a “queixeira” não oferece o mesmo nível de proteção do
modelo fechado.
Os capacetes em geral são construídos,
basicamente, em dois tipos de material: plástico injetado ou composto de
fibras sintéticas. Os cascos construídos em plástico são mais baratos,
mas oferecem menos proteção ao motociclista. A característica do
material faz com que o capacete bata no chão repetidas vezes – como uma
bola quicando – o que é conhecido como efeito-mola, absorvendo menos o
impacto. Já os capacetes feitos em fibras sintéticas (fibra de vidro, de
carbono, kevlar, etc), além de serem fabricados em menor escala,
oferecem maior capacidade de absorção de impacto, já que a o material
consegue se reconstituir mais rapidamente do que o plástico.
Também
é importante ressaltar que as normas brasileiras exigem uma proteção
mais reforçada na região que corresponde à calota craniana, têmporas e
nuca. Portanto, capacetes abertos ou que apenas cumpram às normas não
protegem a região do queixo. Por isso, é recomendável utilizar um
capacete integral em viagens e estradas, onde a velocidade é mais alta.
Vale lembrar também, que não basta usar o capacete, ele deve estar bem
afivelado. Existem dois tipos de fecho: cinta jugular com sistema de
engate rápido ou com anel duplo. O primeiro é mais prático, porém está
sujeito a desgaste e a possível abertura em caso de acidente. Já o
segundo, tem maior durabilidade, traz mais segurança, porém é mais
trabalhoso de afivelar e desafivelar. Em qualquer um dos casos, é
importante sempre manter a cinta jugular bem afivelada e com a tira
encostando no pescoço do piloto. Se houver folga, há a possibilidade do
capacete sair voando em caso de acidente.
Para a utilização
esportiva ou de lazer, tanto nos circuitos asfaltados, quanto nas pistas
de terra, recomenda-se o uso de capacetes mais leves, normalmente
feitos em fibras, geralmente de carbono ou vidro, e que tenham
finalidade “Racing”. Esses modelos são normalmente mais caros, mas
oferecem segurança em condições extremas. Para o uso on-road, há modelos
“racing” do tipo integral e para o uso off-road, existem capacetes
projetados especialmente para este tipo de esporte. São equipamentos com
uma “aba” frontal, que protege contra pedras e outras adversidades.
Esses capacetes também não têm viseira, portanto os pilotos utilizam um
óculos exclusivo para esta finalidade, mas oferecem maior espaço da boca
do piloto à queixeira para facilitar a ventilação e respiração.
Medidas
Mas,
os capacetes não devem apenas trazer segurança, devem ser confortáveis.
Para isso, é necessário saber a medida de sua cabeça e ter em mente
que, como o formato da caixa craniana de cada pessoa é diferente da
outra, assim também são os capacetes. Portanto, antes de escolher o seu,
o motociclista deve pegar uma fita métrica e medir a circunferência de
sua cabeça. O número encontrado em centímetros será correspondente ao
tamanho do capacete. Exemplos: 56 – Small; 58 – Medium; 60 – Large; 62 –
Extra Large; 64 – Extra Extra Large.
Por terem formatos
diferentes de cabeças e de capacetes, vale experimentar antes de
comprar. O fato de utilizar uma determinada medida de uma marca e modelo
não significa que esta será a mesma medida para outras fabricantes.
Quando prová-lo, o motociclista deve ficar atento se o capacete veste
bem. Ou seja, se fica confortável, tanto nas bochechas, quanto na parte
frontal da cabeça. Deixemos claro: confortável não quer dizer frouxo. O
capacete precisa encostar-se ao couro cabeludo e as almofadas (espumas)
laterais nas bochechas. Não pode haver nenhum espaço entre o capacete e a
cabeça. Quando a espuma e o isopor do capacete já estiverem gastos, ou
seja, já apresentarem uma folga entre a cabeça do condutor, está na hora
de trocar. Capacetes largos tendem a sair da cabeça em caso de
acidentes.
O barato sai caro
O motociclista deve se
conscientizar de que o cérebro, apesar de vital, é um dos órgãos mais
frágeis do corpo. Infelizmente, a cabeça é a primeira parte do corpo a
sofrer um impacto em caso de queda ou acidente. Dessa forma, o
motociclista – e ou garupa – não deve optar pelo capacete mais barato do
mercado (nem pelo mais caro), mas sim por um produto confiável para o
tipo de utilização. Para garantir essa confiança e qualidade ao
consumidor, em fevereiro de 2001 a ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas) criou a norma NBR 7471. Além de conferir as dimensões e peso,
a resolução também exige que todos os capacetes comercializados no
Brasil (nacionais ou importados) passem por testes de qualidade,
certificados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia). Vale lembrar que capacetes comprados no exterior para uso
próprio estão dentro da lei, já que o selo só é conferido para capacetes
comercializados no país, como prevê a resolução nº 203 do Conselho
Nacional de Trânsito (Contran), datada de 29 de setembro de 2006.
Os
testes consistem em avaliar a resistência de diversas partes do
capacete, como a cinta jugular, a viseira e o casco propriamente dito a
choques sofridos na parte superior, nas laterais e também na região da
nuca. Portanto, na hora de comprar um novo ou seu primeiro - capacete, o
motociclista deve verificar se o produto conta com o selo do Inmetro,
garantia de que o capacete passou e foi aprovado por todos os testes.
Segundo Rodrigo Almeida, gerente de marketing da BR Motorsport –
representante da AGV e LS2 – o consumidor deve sempre conferir a
originalidade de um capacete. “As pessoas não podem se iludir com preços
muito baixos. Existem diversas cópias falsificadas de capacetes
conhecidos, como LS2 e AGV. No mercado paralelo, encontramos marcas como
LS3 e AVG, que custam em torno de R$ 50 a R$ 100. Esse tipo de
equipamento não passa por nenhum teste e ainda recebem o selo
falsificado do Inmetro. Quem compra capacetes nessas condições está
brincando com a vida”, afirma.
Outro fator que está
totalmente ligado à segurança do motociclista é o campo de visão
oferecido pelo capacete. Se a visibilidade e a visão periférica forem
comprometidas pelo formato do casco, a probabilidade de um acidente
acontecer aumenta exponencialmente.
Não adianta nada comprar
uma moto de R$ 30.000 e sair por aí pilotando com um capacete fora de
especificação, ou pior: falsificado. E isso é muito comum. Muitas vezes o
motociclista acredita que está sendo “esperto” ao economizar no
capacete. O barato pode sair muito caro!
Fonte: ClickNews
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