segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Cor da lente de óculos de sol não tem relação com proteção dos olhos

Não é só a pele que sofre com as altas temperaturas e o tempo seco em um verão rigoroso. Nessas horas, além do protetor solar, os óculos escuros também devem entrar em cena. O alerta é da oftalmologista Ana Maria Vieira, do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães.
Segundo Ana Maria, os raios ultravioleta são o principal vilão para a saúde dos olhos na estação mais quente do ano. “Por isso é importante ter um óculos com fator de proteção contra os raios UVA/UVB na lente. Isso ajuda a evitar algumas doenças (veja infográfico), além da evaporação da lágrima e o consequente ressecamento dos olhos”, explica.
A oftalmologista explica que não há relação entre a cor das lentes dos óculos e a proteção. “Elas (as lentes coloridas) podem interferir na qualidade e no conforto da visão, no brilho, no contraste, mas não na proteção ultravioleta”, diz Ana Maria.
Mais do que um acessório, a artista plástica e blogueira Camila Gomes, 30, diz que tem uma verdadeira relação de amor com os óculos – um artigo de primeira necessidade para ela. “Eu tenho miopia e sensibilidade aumentada à luz, por isso, para mim, os óculos escuros são quase como uma bengala. Ultimamente, estou preferindo usar um bem escuro e outro com as lentes esverdeadas, que dão mais conforto para dirigir”, conta.
Como os óculos comercializados no país não possuem um selo de qualidade regulamentado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) que ateste a proteção, na hora da compra é importante observar se o produto vem com alguma etiqueta que indique a qualidade do filtro. “Apenas olhando, o cliente pode não conseguir saber, mas ele pode levar a uma ótica. A maioria dos estabelecimentos possui um aparelho capaz de medir a qualidade (da lente)”, orienta a oftalmologista.
E engana-se quem pensa que as lentes transparentes estão isentas dessa mesma preocupação. “É errado pensar que lentes escuras protegem mais. Ao comprar os óculos, seja de grau ou não, deve-se solicitar ao ótico uma lente que tenha essa característica”, afirma Ricardo de Almeida Neves, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
O tamanho também irá interferir na proteção, segundo o oftalmologista. “Quanto maior os óculos, mais proteção eles vão dar, porque os raios também incidem pelas partes superior, lateral e inferior. Só os óculos não são suficientes, e também é indicado o uso de bonés”, diz Neves.
Uso de acessório pelas crianças só é indicado acima dos 4 anos
A fragilidade das crianças faz com que elas, naturalmente, fujam do sol. Nem por isso os pais devem se preocupar apenas com boias e protetores solares durante o verão. Segundo a oftalmologista Ana Maria Vieira, o uso dos óculos também é indicado, mas não abaixo dos 4 anos.
“Crianças muito pequenas, de até uns 4 anos, não devem usar porque elas podem se machucar com as hastes, por exemplo. A partir daí, as recomendações são as mesmas para a escolha do produto. É necessário um fator de proteção, mas que as lentes não sejam tão escuras. Até os 8 anos, as crianças precisam da luz para desenvolver a visão e a capacidade de enxergar os detalhes. O olho ainda está em uma fase de ‘aprendizado’ e, se a luminosidade for barrada, isso vai prejudicar”, afirma.
Ana Maria explica que a criança também não deve usar as lentes coloridas durante um dia inteiro, mas “brincar um pouco não faz mal”.
Flash
Opção. Os colírios de lágrima artificial são indicados para evitar o ressecamento dos olhos, mas sempre devem obedecer a uma orientação médica.
Fonte: O Tempo

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