A Copa do Mundo de futebol vai pesar no bolso dos turistas e dos brasileiros que moram nas cidades-sede. Além do impacto no preço das passagens aéreas e na hospedagem, o evento vai causar uma alta na alimentação fora de casa, em serviços para o turista e até mesmo no varejo.
Segundo o professor de economia Pedro Raffy Vartanian, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o peso de alguns itens que aumentarão será pequeno, “mas em um cenário de inflação que não é baixa, será um impacto significativo”.
— Como um todo, a inflação deste ano deve aumentar cerca de 0,5 ponto percentual por causa das altas em consequência da Copa.
Vartanian lembra que os preços devem cair após o evento, mas que não será um retorno integral ao preço antigo. Isso quer dizer que uma parte da alta permanecerá, mesmo após a entrega da taça.
Os setores mais afetados, de acordo com o professor do Mackenzie, serão passagem aérea, hospedagem, alimentação fora de casa, locação de veículos, aluguel de temporada e serviços ligados ao turismo.
— É inevitável a alta. Se aumenta a demanda, os preços sobem. Com isso, é possível que haja também uma alta nos preços dos centros de compras, no varejo. Algumas lojas nas cidades-sede poderão fazer reajustes, que podem chegar até os produtos artesanais, as roupas e os calçados.
O presidente do conselho superior e coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, é ainda mais contundente. Para ele, a inflação terá o acréscimo de um ponto percentual por causa do megaevento. Segundo Amaral, setores como confecções, calçados e materiais esportivos também irão acrescentar alguns reais no preço de seus produtos.
— Além disso, essa será uma Copa muito interativa. Podemos perceber alta de preços nos eletroeletrônicos, como TVs, tablets e smartphones. As empresas devem apresentar lançamentos com novos recursos e isso terá um reflexo no preço.
Já o professor de economia do IBMEC Mauro Rochlin acredita que o impacto da alta desses segmentos será pequeno e pontual. Segundo ele, os preços vão subir, mas não será tão grave na pesquisa oficial, pois alguns desses produtos não têm um peso decisivo na inflação.
— Os itens que sentirão o aumento — a passagem aérea, a hospedagem e a alimentação fora de casa — não vão gerar um impacto tão grave nos indicadores oficiais.
De acordo com Amaral, os consumidores já devem sentir uma alta nos preços a partir de maio, pois, “se aumentarem 10% ou 15% muito próximo da Copa, chamam atenção”.
Ele afirma ainda que há outras pressões na inflação que estão sendo represadas pelo governo.
— Não podemos nos esquecer de que ainda há a defasagem [no preço] do combustível e da energia, que o governo está segurando artificialmente, e da tarifa de transporte coletivo, que foi cancelada no ano passado por causa dos protestos.
Fonte: R7
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