terça-feira, 25 de março de 2014

Brasil não consegue se livrar da cultura do desperdício de água


País enfrenta uma de suas maiores crises de abastecimento de água e energia — mas consumo consciente está longe de fazer parte da rotina da população
No sábado, comemorou o Dia Mundial da Água num período em que a falta de chuvas nos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste compromete o abastecimento de eletricidade e água. Ainda que o governo não reconheça a necessidade de racionamento, há empresas que intensificaram a conscientização, como a Sabesp, em São Paulo, que oferecerá até o final deste ano descontos na conta de água às famílias que conseguirem economizar.
Os problemas de abastecimento do Brasil, que conta conta com 13% da água potável do mundo, deixariam qualquer habitante de Israel, por exemplo, completamente aturdido. No Oriente Médio, a vegetação desértica e a falta de recursos hídricos fazem com que a água se torne tão valiosa quanto o petróleo. Contudo, a escassez fez com que o país desenvolvesse a mais alta tecnologia de dessalinização e tratamento de água. Em Tel-Aviv, por exemplo, quase toda a água tratada é reaproveitada para irrigação no deserto. “Apesar de estarmos em uma região tão desprivilegiada neste aspecto, os cidadãos de Israel dão máxima importância a jardins e vegetações, que são abundantes em todas as cidades. O uso racional da água está incorporado ao dia a dia. Não se cuida da água por medo, mas por educação", afirma o estudante brasileiro David John Gruberger, que vive na capital israelense.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), apesar de a América Latina como um todo, e de o Brasil em particular, apresentarem elevados níveis de cobertura de água potável e saneamento básico, a ineficiência na gestão dos recursos hídricos faz com que o desabastecimento ocorra em algumas regiões. Além disso, o organismo também aponta que cerca de 40% do potencial hídrico é desperdiçado. Alguns especialistas argumentam que se a conta de água fosse mais cara, o consumo seria mais racional. O preço da tarifa de água e saneamento no Brasil é considerado baixo para os padrões internacionais. Segundo a Global Water Intelligence, enquanto a tarifa média no país está em torno de 1,50 dólar por metro cúbico, na Dinamarca, por exemplo, o valor é cinco vezes maior.  
Fonte: Veja - online

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