Início de ano e milhares de consumidores que se empolgaram nas
compras do Natal e nas férias, sem se atentar para as despesas extras de
início de ano com IPTU, IPVA e materiais escolares, agora tem muitas
contas acumuladas e o cartão acaba ficando sem pagamento.
Com
isso, a procura sobre como resolver a dívida cresceu 50% nos últimos
dois meses, revela José Geraldo Tardin, presidente do Ibedec (Instituto
Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações do Consumo). “Embora as
emissões de cartões tenham diminuído, a concessão de limites maiores e a
prática disseminada de promoções do tipo '12 vezes sem juros', levou os
consumidores a comprar mais. Uma hora a conta não fecha e o consumidor
entra na armadilha do crédito rotativo”, avalia Tardin.
Vale
ressaltar que a dívida no cartão de crédito é a que cobra os maiores
juros do mercado brasileiro e do mundo. Somados à multa, juros por
atraso e cobrança indevida de comissão de permanência, a conta pode
passar dos 15% ao mês sobre as parcelas vencidas e não pagas.
Ou
seja, em um mês o consumidor é cobrado em taxas de juros equivalentes a
18 meses de rendimento da poupança. Segundo levantamento do Banco
Central, o campeão em taxas foi o custo total do saque à vista no cartão
de crédito do banco Santander: 967% ao ano.
Na
média, um estudo recente a FGV (Fundação Getúlio Vargas) e Proteste
estimaram que os juros médios para as dívidas no cartão de crédito são
de 282,82%. A inadimplência média é de 25,6%, a mais alta entre todas as
modalidades de crédito, o que implica em dizer que um em cada quatro
portadores de cartão de crédito está endividado. Além disso, 30% dos
portadores de cartão de crédito não estão pagando o valor total das
faturas e sim parcelando as compras, um risco adicional enorme para
levar a inadimplência.
Para
ajudar o consumidor a se livrar dessa dívida, o Ibedec selecionou cinco
dicas que podem te ajudar a dar o pontapé inicial. Confira:
1
- Procure a administradora de seu cartão de crédito e veja qual a
possibilidade de acordo para cancelar ou suspender o cartão, reduzir a
dívida e parcelar o pagamento.
2-
Avalie também, caso seja correntista de banco, a possibilidade de tomar
um empréstimo do tipo CDC (Crédito Direto ao Consumidor) para liquidar a
dívida do cartão e pagar este empréstimo em parcelas. Os juros do CDC
costumam não ultrapassar 3% ao mês.
3-
Caso não consiga um acordo administrativo ou uma linha de financiamento
para quitar a dívida, você pode recorrer a Justiça. Em uma ação
judicial, pode-se questionar os juros cobrados (que não podem exceder a
média do mercado divulgada no site do BACEN), a capitalização de juros
(que é vedada pelo STF), e a cobrança de multas indevidas (acima de 2%
conforme Código de Defesa do Consumidor). O consumidor pode conseguir
uma boa redução na dívida, mas terá que oferecer um valor para depositar
em juízo mensalmente se quiser tirar seu nome do SPC e Serasa, valor
este que tem sido fixado no máximo em 30% da renda do cliente. A
cobrança de tarifas para emissão de boletos também é ilegal e pode ser
questionada.
4-
Clientes que não tenham o contrato do cartão devem solicitar uma via
para a administradora. Caso tenham negado este direito, podem pedir a
juntada deste contrato em ação judicial sob pena de multa.
Fonte: MSN.com
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