quinta-feira, 27 de março de 2014

Sobe procura por cartão de crédito rotativo e cheque especial, mostra BC

Por causa dos gastos típicos de início de ano, como escola, impostos e férias, as famílias aumentaram a procura, em fevereiro, por duas modalidades de crédito que estão entre as mais caras do mercado financeiro: o cartão de crédito rotativo e o cheque especial. Os dados são do Banco Central (BC).
 "Há uma sazonalidade em termos de crédito rotativo [do cartão de crédito]. Ele recua em dezembro de forma significativa", explicou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. "As pessoas usam essa renda adicional do 13º salário e do final de ano para sair do rotativo e do cheque especial. Todos os anos, em dezembro, a gente observa uma queda deste saldo, que volta a crescer gradualmente em janeiro e fevereiro. A retomada gradual acontece por causa dos compromissos do início de ano."
De acordo com o BC, o volume total de crédito do cheque especial em mercado somou R$ 22 bilhões em fevereiro, com alta de 1,2% frente ao patamar de janeiro (R$ 21,74 bilhões). No acumulado deste ano, a alta foi maior ainda, de 8,8%, visto que o estoque somava R$ 20,2 bilhões no fechamento do ano passado. Os juros do cheque especial estão entre os mais caros do mercado. Em fevereiro, somaram 156,6% ao ano, em comparação com 41,2% da média de todas as modalidades para as pessoas físicas, informou o BC.
No caso do cartão de crédito rotativo, a procura das famílias foi maior ainda neste começo de ano. Em fevereiro, o estoque em mercado somou R$ 27,82 bilhões, com alta de 6,4% no mês e de 9,2% no acumulado do primeiro bimestre. O BC não calcula os juros dos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo. Mas segundo dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa somou 216,59% em fevereiro deste ano - valor extremamente elevado.
Cai procura pelo cartão de crédito a vista 
Os números do Banco Central mostram também que a procura pelo cartão de crédito a vista caiu fortemente em fevereiro, com o estoque (volume total no mercado) somando R$ 100,5 bilhões, contra R$ 106,9 bilhões no fim de janeiro e R$ 108,4 bilhões no fechamento de 2013. Isso quer dizer que a demanda foi menor no mês passado. Nesta modalidade, o cliente usa o cartão e quita o valor integralmente na data do pagamento, sem a incidência de juros.
A menor procura pelo cartão de crédito a vista impactou todo o volume de crédito bancário, para as pessoas físicas, que recuou em fevereiro após 11 meses de crescimento. Neste caso, o estoque total de empréstimos bancários para as famílias caiu 0,3% em fevereiro deste ano, para R$ 747,18 bilhões, segundo números divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (26). Em janeiro, o estoque do crédito para as pessoas físicas estava em R$ 749 bilhões.
"Dezembro e janeiro são meses festivos ainda, nos quais há 13º salário e férias. Há uma maior disponibilidade de recursos e, com isso, as pessoas usam mais o cartão de crédito a vista [que não incidem juros, porque o valor é quitado no mês subsequente]. Em fevereiro, o saldo recua. Com isso, houve retração dos empréstimos para as famílias em fevereiro", informou Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.
Fonte: G1

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