Com o reajuste autorizado pelo governo federal de até 5,68% em nove mil
medicamentos, a partir de segunda-feira, especialistas orientam
consumidores a pesquisar em diversas redes de drogarias antes de
comprar. É a principal regra para fugir dos preços altos. Medicamentos
de maior uso por pacientes, como analgésicos e antibióticos e para
diabetes e colesterol são os que mais aumentaram.
Telefone
e internet são grandes aliados, principalmente, para quem não tem
condição de bater perna atrás de preço baixo ou não tem tempo de ficar
pesquisando de loja em loja. Quem dá a dica é o professor de Finanças do
Ibmec-Rio, Gilberto Braga.
Segundo ele, a internet e o
telefone são as formas mais fáceis de procurar o melhor preço. Outra
dica do especialista é buscar drogarias e farmácias que ofereçam
desconto para funcionários de empresas ou por meio do plano de saúde.
Terão
reajuste os remédios de marca, os similares e os genéricos. Estão na
lista do limite máximo (5,68%), antibióticos, anti-hipertensivos, para
diabetes, analgésicos e os antiácidos. Anestésicos terão aumento de
3,35%. Já os medicamentos para combater o câncer e para doenças
cardiovasculares terão o percentual mais baixo de reajuste; 1,02%.
Gilberto
Braga avalia que as grandes redes deverão demorar para repassar o novo
preço para o consumidor, por ter maior estoque. Porém, farmácias de
bairro ou de menor porte devem aumentar os remédios já a partir da
próxima semana.
Coordenadora
institucional da ProTeste (Associação Brasileira de Defesa do
Consumidor), Maria Inês Dolci orienta que o paciente não deve ter
vergonha de pechinchar para conseguir desconto. A Farmácia Popular, do
governo federal, também é outra aliada. “Uma vez que o programa oferece o
remédio, basta cadastrar o CPF na unidade e apresentar a receita
médica”, explica.
Médicos também podem orientar os consumidores
Para
Maria Inês Dolci, da ProTeste, os pacientes que encontrarem
dificuldades para conseguir desconto, devem voltar em seus médicos e
pedir orientação. Principalmente, para quem pensa em recorrer aos
genéricos. “O princípio ativo da fórmula também pode ser mais explorado
pelo médico e pelo paciente, em busca de conseguir o melhor preço”,
explica a coordenadora.
Programas
de fidelidade de laboratórios e farmácias também são citados pela
especialista. Segundo Maria Inês, muitos consumidores não sabem que têm
direito ao desconto após efetuar cadastro nas empresas.
SEM REPOSIÇÃO
O
Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo
questionou o percentual máximo de reajuste autorizado pelo governo, de
5,68%. Em nota, o sindicato informou que a “ indústria farmacêutica
continua submetida a fortes pressões de custo e não poderá repor
integralmente o aumento das despesas de produção”.
Para
a entidade, o governo poderia evitar ou minimizar eventuais aumentos ao
consumidor se estendesse à indústria farmacêutica o mesmo benefício da
desoneração fiscal que concedeu a outros setores. “Na média ponderada, o
reajuste autorizado pelo governo é de 3,52%, ante um aumento médio dos
custos de produção das empresas de 13% a 18% no ano passado,
principalmente com pessoal, insumos e matérias-primas. No período de
2006 a 2013, o reajuste de remédios ficou em 35,76% na média.”
Fonte: O Dia - Online
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