quarta-feira, 19 de março de 2014

Com juros altos, busca por crédito cai 9,6% em fevereiro

A busca por crédito ficou mais fraca no país. Dados divulgados ontem pelo Serasa Experian mostram que, na comparação com o mês de janeiro, a demanda por crédito caiu 9,6%. Segundo economistas, dois fatores principais influenciaram o recuo: a subida dos juros e a alta inadimplência no país. Desde o ano passado, o Banco Central tem elevado progressivamente a taxa básica de juros , a Selic, o que causou impacto nas principais linhas de crédito oferecidas por bancos e financeiras.
Atualmente, a Selic está fixada em 10,75%, mas deve chegar a 11% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária, em abril. “A política monetária demora para chegar até o consumidor, e é agora que a intenção do governo está fazendo efeito. As pessoas estão vendo o crediário mais caro e reduzindo o consumo”, explica Alexandre Espírito Santo, economista da Simplific Pavarini e professor de economia do Ibmec-RJ .
A alta taxa da inadimplência no país também é lembrada pelos economistas. Segundo a última medição do Banco Central, divulgada em janeiro, a inadimplência atinge 6,7% dos endividados. “Esse fator pesa principalmente nas classes de renda mais baixa, que não têm uma aplicação ou reserva”, afirma o economista da Serasa Experian Luiz Rabi.
Segundo a Serasa, a maior queda na busca por crédito verificada foi na classe mais baixa, com renda mensal de até R$ 500 reais. Nesta faixa, o recuo foi de 12%. Já nas famílias mais ricas, o recuo foi menor. Entre as que têm renda entre R$ 5 mil e R$ 10 mil reais, a diminuição foi de 3%. Para economistas, a previsão é de que a busca por financiamentos continue reduzida ao longo do ano. “Os juros não devem cair antes de 12 meses e os bancos estão criteriosos. Nesse cenário não dá para imaginar expansão”, afirma Rabi.
Pesquisa da Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), indica que 34% dos entrevistados acha que está mais difícil manter as contas em dia em relação a 2013.
O questionário, divulgado ontem, indica ainda que apenas um terço dos consumidores consegue guardar dinheiro no fim do mês.
Já em relação ao crédito, a pesquisa indica que 80% dos entrevistados acreditam que está mais fácil conseguir acesso a empréstimos e financiamentos.
“Como a liberação de dinheiro está mais rigorosa, entendemos que as pessoas estão sabendo melhor quais são seus limites ao procurar o crédito”, afirma o Diretor de Marketing, Inovação e Sustentabilidade da Boa Vista Serviços, Fernando Cosenza.
Fonte: O Dia Online

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