Qualquer pessoa que possui um computador sabe da
importância de ter um antivírus instalado na máquina. A maioria dos
usuários opta pelas versões gratuitas dos softwares de segurança. Para
ver se esses pacotes de segurança funcionam mesmo, a Proteste Associação
de Consumidores testou 14 pacotes de Internet Security, sendo 11 pagos e
três gratuitos. Nos gratuitos - Avast, Avira e AVG -, o antimalware
funciona para identificar o vírus e retirá-lo do sistema, mas só fazem
isso. Entre os 11 pagos, os que tiveram as piores notas foram Panda,
Norton e McAfee.
Um pacote Internet Security é composto por antivírus, firewall (que
bloqueia a saída de dados do computador), antimalware (que impede a
entrada de arquivos que danificam a máquina), antispyware (que bloqueia
pop-ups, aquelas janelas que se abrem em alguns sites), antiphishing
(para detectar e-mails falsos, como os enviados em nome de bancos),
antispam e parental control (que bloqueia o acesso a determinados
conteúdos, como sites de pornografia, muito útil para pais).
Carlos Eduardo Vieira, técnico da Proteste, responsável pelo estudo,
explica que os software gratuitos não são indicados para quem faz
compras pela internet e acessa bancos:
- Mesmo aqueles que navegam em sites aparentemente seguros deveriam
instalar um Internet Security mais completo. Dos gratuitos, o Avira fez
62 pontos; o AVG, 58; e o Avast, 57.
Vieira explica que em um Internet Security, o firewall é um dos
recursos mais importantes, sobretudo para quem usa home banking ou
compra pela web, porque uma de suas funções é criar um escudo para seus
dados, evitando que sejam roubados. Mas ele alerta que não importa se o
consumidor tem o pacote mais completo. Se ele ficar clicando nos links
suspeitos, estará autorizando que o arquivo suspeito entre na máquina:
- Os pacotes Panda, Norton e MacAfee foram os piores, pois o firewall
teve desempenho ruim. Entre os avaliados, o McAfee é o menos versátil,
pois só bloqueia aplicativos. O Bitdefender também é limitado, já que,
além dos aplicativos, só bloqueia endereços IP. Para a captura de
informações na máquina, o Eset se saiu bem.
A parte mais importante do teste foi o desempenho do antimalware. A
avaliação foi dividida em quatro partes: scan off-line, scan on-line,
detecção e proteção em tempo real.
- Acessamos sites maliciosos que tentam enviar malwares para o
computador do internauta. Todos os softwares se saíram bem. Mas, ao
tentarmos inserir arquivos nocivos por meio de pendrives, o resultado
foi muito ruim. Somente o G Data conseguiu detectar o arquivo malicioso.
Vieira aconselha que quando o consumidor estiver fazendo uma varredura no seu computador, deixe-o conectado à internet.
- Cerca de 30% das vacinas estão instaladas no computador. Estes
softwares entram no banco de dados do fabricante na web e acessam as
outras vacinas, o que aumenta a quantidade de vírus detectada.
O presidente do Panda no Brasil, Ricardo Bachert, diz que não entende
qual o modelo de teste que foi usado, já que em todos os testes
internacionais, e o principal deles é o AV-Test, o desempenho do produto
é de 99% de detecção.
- Os que tiraram as notas mais baixas são os líderes de mercado.
Usamos o modelo de inteligência coletiva, 97% dos vírus são pequenas
variações dos vírus já conhecidos, e todos são identificados
imediatamente. Se o teste fosse feito em situação real, com certeza o
resultado seria diferente.
Bachert explica que há mais de 800 milhões de vacinas de vírus e não
seria possível que todas ficassem instaladas nas máquinas, pois gastaria
muita memória. O software busca as vacinas na nuvem e está aberto para
uma varredura constante.
A McAfee resssalta que os resultados podem variar de acordo com a
metodologia utilizada e afirma que continua a melhorar os processos de
detecção de malware e atualizações de seus produtos. Como prova disso,
recentemente conquistou o certificado internacional concedido pela
AV-Test e obteve os melhores índices da AV Comparatives.
O Norton explica que não sabe os detalhes do teste do firewall, mas
suspeita de que foram usadas ferramentas que os administradores de
Tecnologia da Informação (TI) utilizam para identificar pontos fracos de
um ambiente de rede. Porém, estes resultados não podem ser utilizados
para indicar o quão bom é o produto contra ameaças no mundo real.
A empresa diz que os resultados dos testes são suspeitos, pois o
firewall bloqueia conexões de entrada não solicitada. Explica que todo o
tráfego HTTP vindo de sites mal-intencionados tem a mesma aparência
para um firewall, por isso a Symantec tem muitas camadas de proteção. Em
relação aos testes de malware, o Norton diz que rodar testes com a
máquina desconectada não é realista. E salienta que este resultado é
muito diferente dos resultados de laboratórios como AV-Test e Dennis
Labs.
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