quinta-feira, 19 de abril de 2012

Redução das taxas de juros não deve aquecer vendas de veículos

Os bancos decidiram reduzir as taxas de juros para os consumidores, e o governo tem pressionado as instituições para aumentarem a oferta de crédito, principalmente para o consumo.
De acordo com o economista especializado em varejo automotivo, Ayrton Fontes, essas iniciativas não devem ajudar a aquecer as vendas de veículos. “O grande problema deve continuar, ou seja, os critérios usados pelos bancos para a concessão de crédito, em razão da curva ascendente da inadimplência”, afirma.
Segundo Fontes, não faltam recursos para os bancos aceitarem os pedidos de financiamentos, mas as vendas para a nova classe média, que mantinha o mercado aquecido, já não são mais comuns. “Hoje, os bancos não liberam mais financiamentos de 60 parcelas sem entrada, apenas para entradas de no mínimo 20%, desde que seja comprovada renda superior a R$ 4 mil, estabilidade no emprego e moradia, o que é difícil para a nova classe de consumidores”, explica.
Cenário
Nos ultimos cinco anos, houve a expansão do consumo, que chegou junto com o crédito fácil e caro, cujas exigências eram mínimas. “Naquela época, bastava não ter restrições cadastrais para financiar veículos, residências e outros bens de consumo”, conta Fontes.
Segundo o especialista, hoje, existe a falta de crédito para a nova classe emergente, que não está muito preocupada com as taxas de juros, além de estar super endividada com as compras a prazo do passado. “Somentes as classes mais abastadas vão se beneficiar das novas taxas de juros, pois têm perfil exigido pelos bancos para acesso a financiamentos pessoais, cartões de credito, carros”, finaliza.

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