terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Carro usado: como evitar que a compra vá parar nos bancos de reclamações dos procons

Com os preços dos carros 0km em ascenção em razão da volta gradual do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), lembre-se que, ao optar por um usado é preciso tomar alguns cuidados para que o barato não saia caro e a compra vá parar nos bancos de reclamações dos procons ou na Justiça. A especialista em Defesa do Consumidor do Procon Renata Reis lista cinco pontos fundamentais aos quais o consumidor deve estar atento: a origem do automóvel (se será comprado de revendedora ou diretamente de proprietário), o estado do veículo, se a documentação está em ordem, as condições de pagamento, e os prazos de garantia estabelecidos pelo códigos Civil e de Defesa do Consumidor.
Comprar um usado é boa opção, pois ao sair da concessionária um carro já desvaloriza cerca de 20%. Muitas vezes é esta a diferença entre um carro zero ‘pelado’ de um usado com todos os opcionais de conforto. Porém, também é preciso tomar vários cuidados antes da compra, pois há o risco de o cliente sair com uma ‘bomba’ na mão e o barato sair muito caro.
Conhecer o produto é o primeiro passo para a compra segura. Renata sugere que o consumidor peça ajuda ao mecânico de confiança para avaliar o estado do carro. Os dois devem ir juntos à revendedora ou, se a compra será feita diretamente de proprietário, ao local combinado. Ao identificar um problema, o consumidor pode negociar com o vendedor o conserto ou um desconto no preço final, caso opte por comprar o carro com o vício.
Para verificar se a documentação e pagamento de multas estão em dia, basta o consumidor anotar a placa do carro e o número do Renavam e fazer a consulta no Detran.
Outro cuidado importante é verificar a titularidade do carro, ressalta Renata:
— Não compre carros de terceiros. Se a revendedora quiser fazer esse tipo de negócio exija primeiro que ela transfira o carro para o nome dela e depois para o seu. Só quem pode assinar a transferência é o dono do veículo. Os mesmo vale para a compra direta. Se você for comprar o carro que está em nome de ‘João da Silva’ negocie diretamente com ele, e não com o primo, o amigo do dono do carro.
A transferência consiste no processo de atualização de dados cadastrais na Base de Dados do Detran e na Base Índice Nacional (BIN) do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), com a emissão de nova documentação, em decorrência de alienação do veículo.
De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), após adquirir o veículo usado, o proprietário deve se dirigir ao Detran e fazer a transferência de propriedade dentro do prazo legal de 30 dias.
Compare o Custo Efetivo Total e opte pela taxa menor
Ao financiar o pagamento do carro, faça uma pesquisa entre as financeiras para verificar qual delas oferece o menor Custo Efetivo Total (CET) e opte pela que apresentar a menor taxa. Isso significa que você terá escolhido o financiamento que te oferecerá o menor custo ao final da quitação das parcelas.
O CET corresponde a todos os encargos e despesas incidentes nas operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro, contratadas ou ofertadas a pessoas físicas, microempresas ou empresas de pequeno porte. A taxa deve ser informada pelas instituições financeiras e pelas sociedades de arrendamento mercantil antes da contratação de operações de crédito e de arrendamento e também em qualquer outro momento, a pedido do cliente.

— Se você costuma atrasar o pagamento de parcelas, na hora de optar pela financiadora também leve em consideração o valor do juro por atraso cobrado. Isso pode pesar consideravelmente em seu bolso — ressalta a especialista do Procon.
Essa análise dever ser criteriosa e feita com calma, aconselha Renata. Por isso, evite entrar na onda do vendedor quando ele argumentar que o carro está sendo muito procurado e você deve fechar o negócio o quanto antes, para não perdê-lo.

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