Dois
grandes estudos publicados nesta quinta-feira mostraram que homens e
mulheres que fumam morrem, em média, dez anos mais cedo do que o
restante da população. Além disso, segundo essas pesquisas, a
probabilidade de fumantes falecerem por câncer de pulmão ou outras
doenças relacionadas ao tabagismo, que antes era maior entre os homens,
agora é equivalente para ambos os sexos. Esses trabalhos, feitos por
especialistas americanos e canadenses, estão presentes na edição desta
semana da revista The New England Journal of Medicine.
Uma
dessas pesquisas, coordenada por Prabhat Jha, pesquisador do Centro
para Pesquisa em Saúde Global de Toronto, no Canadá, analisou o
histórico de 113.752 mulheres e 88.496 homens fumantes ou ex-fumantes
que tinham mais do que 25 anos. Foram levados em consideração os
registros dos participantes de 1997 a 2004. Segundo o estudo, o
tabagismo tira dez anos de vida de um fumante adulto. No entanto, parte
desses anos pode ser recuperada caso o indivíduo abandone o vício: a
pesquisa revelou que parar de fumar entre 30 e 40 anos pode devolver até
nove anos de vida um fumante. Caso o vício seja abandonado entre 40 e
50 anos de idade, são até seis anos de vida recuperados e, depois dos 65
anos, quatro anos de vida.
"Parar
de fumar antes dos 40 pode devolver todos os anos perdidos com o
cigarro. Mas isso não quer dizer que é seguro que uma pessoa fume até
essa idade e depois abandone o vício, já que o risco de morte continua
sendo maior do que o da população em geral", diz Jha. Os resultados
ainda mostraram que fumantes de 25 a 79 anos de idade têm o triplo de
chance de morrer do que pessoas da mesma feixa-etária que as suas. Além
disso, pessoas que nunca fumaram apresentam o dobro de chance de chegar
aos 80 anos de idade do que fumantes.
Igualdade entre sexos — A
outra pesquisa divulgada no periódico britânico foi feita pela
Sociedade Americana de Câncer. Os pesquisadores avaliaram 2,2 milhões de
adultos com mais de 55 anos de idade e também o registro de mortes
associadas ao cigarro em três períodos nos últimos 50 anos (de 1959 a
1965; de 1982 a 1988; e de 2000 a 2010). Eles descobriram que, se antes o
risco de mortes por doenças associadas ao cigarro era maior entre
homens, ele passou a ser igual entre ambos os sexos.
"A
partir do momento em que as mulheres passam a fumar como os homens, o
risco de morte também se torna igual", diz Michael Thun, coordenador do
estudo. De acordo com o pesquisador, o risco de morte por câncer de
pulmão entre mulheres fumantes aumentou 23 vezes de 1960 para cá. "É
preciso que se passe ao menos 50 anos para que uma epidemia realmente
inicie, e nós estamos começando a observar o impacto do aumento do
tabagismo no número de doenças e mortes entre mulheres apenas agora",
diz o autor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário