O salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$
2.561,47 em dezembro para que ele suprisse suas necessidades básicas e
da família, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira pelo
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese). A constatação foi feita por meio da utilização da Pesquisa
Nacional da Cesta Básica do mês passado, realizada pela instituição em
18 capitais do Brasil.
Em dezembro, o Dieese passou a incluir Campo Grande no levantamento,
junto com Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba,
Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto
Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$
304,90, em São Paulo, e levando em consideração o preceito
constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente
para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde,
transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese
calculou que o mínimo deveria ter sido 4,12 vezes maior do que o piso
vigente no Brasil, de R$ 622,00.
O valor é maior que o apurado para novembro, quando o mínimo
necessário foi estimado em R$ 2.514,09 (4,04 vezes o piso em vigor). Em
dezembro de 2011, o Dieese calculava o valor necessário em R$ 2.329,35,
ou 4,27 vezes o mínimo de então, de R$ 545,00.
A instituição também informou que o tempo médio de trabalho
necessário para que o brasileiro que ganha salário mínimo pudesse
adquirir, em dezembro de 2012, o conjunto de bens essenciais aumentou na
comparação com novembro. Na média das 18 cidades pesquisas pelo Dieese,
o trabalhador que ganha salário mínimo necessitou cumprir uma jornada
de 93 horas e 54 minutos em dezembro, tempo superior às 92 horas e 10
minutos exigida em novembro.
Em relação a dezembro de 2011, a jornada exigida foi menor, já que
naquele mês eram necessárias 97 horas e 22 minutos. Segundo o Dieese,
este movimento está associado ao aumento do salário mínimo verificado no
período.
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