Dar adeus à boa vida das férias não é simples. A volta às aulas traz
desafios, como novos horários, nível de exigência reforçado e colegas
diferentes. A estudante Joana Boaventura, de 10 anos, por exemplo, vai
viver todas essas mudanças de uma vez só. Ela começa o 6º ano do ensino
fundamental nesta segunda-feira, num colégio totalmente diferente do
anterior. Para que alunos como ela não sofram com as mudanças,
especialistas aconselham que pais e escola acompanhem bem de perto as
dificuldades.
Estudava numa escola pequena, com oito
alunos na minha sala e tinha duas professoras. Agora, vou começar no
Sagrado Coração de Maria, com mais de 20 colegas na turma e um professor
por disciplina - conta a garota, que também vai ter que acordar uma
hora mais cedo em função dos novos horários. Joana, por sua vez, está
segura para encarar as novidades. Boa parte dessa preparação partiu da
mãe Barbara Feitosa, de 34 anos, que conversa com ela sobre todos esses
aspectos:
- Vai ser uma mudança brutal. Então, já mostrei para ela como a quantidade de livros agora é maior e o número de deveres vai aumentar. Também já conversamos sobre os novos horários e rotinas - conta a mãe.
Na visão da educadora Andrea Ramal, escritora e doutora em Educação pela PUC-Rio, posturas como a da mãe de Joana fazem toda a diferença. Cabe aos responsáveis mostrar aos filhos que não estão sozinhos diante dos novos desafios.
- Os pais podem, por exemplo, ajudar a organizar o material e o uniforme, acompanhar até a escola ou até o transporte escolar e escolher os itens da lancheira. Além disso, devem, desde o início do ano, olhar o dever de casa e conversar sobre as novidades da escola - recomenda.
Com os adolescentes, é preciso estabelecer acordos para o novo momento do ano:
- Horários para ir dormir, por exemplo, garantem um bom rendimento no dia seguinte. Também é importante conversar bastante sobre a escola, sem cobranças, mas com verdadeiro diálogo. Mesmo quando o adolescente não fala muito, ele percebe o interesse dos pais por sua vida e seu futuro - afirma Andrea.
Segundo a especialista, a adaptação costuma ser mais difícil na pré-escola, quando as crianças têm entre 3 e 5 anos. Neste período, elas são muito ligadas à família e têm mais dificuldade em voltar a passar boa parte do dia longe dos pais. Mas também é desafiador para aqueles que estão começando o 6º ano, e vão passar a conviver com mais professores, matérias e deveres. É preciso ter boa organização e hábitos de estudo adquiridos desde cedo, para que o impacto não seja grande. Além disso, na faixa etária que vai dos 13 aos 15 anos, os adolescentes também podem enfrentar dificuldade com a imposição de limites. É difícil sair das férias, onde tudo era permitido, para entrar uma rotina que exige mais compromisso e disciplina - completa a especialista.
Escolas podem ajudar
Cuidar da adaptação na volta às aulas, entretanto, não é tarefa só dos pais. As escolas podem e devem contribuir. A psicóloga da Escola Americana, Rossana Manso, acompanha de perto este processo. Para ela, antes de tudo, é preciso estar em sintonia com as famílias, para que o processo de adaptação extrapole os muros do colégio.
- A gente convive com isso o ano inteiro, recebendo alunos de todas as partes do mundo. Por isso, integramos as famílias à comunidade escolar, como uma forma de trabalhar a adaptação em conjunto. Também fazemos um acompanhando individual dos alunos, para identificar suas dificuldades. Assim, podemos promover atividades específicas, como monitorias e aulas extras. Por fim, destacamos um grupo de alunos para atuar como guias dos novos estudantes nas primeiras semanas - afirma Rossana. Apesar de serem mais independentes, os adolescentes também precisam de atenção especial. De acordo com Rossana, é comum eles enfrentarem dificuldades, sobretudo, quando mudam de colégio.
- Às vezes, a mudança não foi uma escolha deles. Por isso, sofrem a perda de um círculo de amigos com o qual estavam acostumados. Neste caso, além do contato com a família, é fundamental para o colégio zelar pela base, deixando claro para os estudantes mais antigos como o respeito pelas diferenças é fundamental. Isso garante uma boa recepção aos novatos.
- Vai ser uma mudança brutal. Então, já mostrei para ela como a quantidade de livros agora é maior e o número de deveres vai aumentar. Também já conversamos sobre os novos horários e rotinas - conta a mãe.
Na visão da educadora Andrea Ramal, escritora e doutora em Educação pela PUC-Rio, posturas como a da mãe de Joana fazem toda a diferença. Cabe aos responsáveis mostrar aos filhos que não estão sozinhos diante dos novos desafios.
- Os pais podem, por exemplo, ajudar a organizar o material e o uniforme, acompanhar até a escola ou até o transporte escolar e escolher os itens da lancheira. Além disso, devem, desde o início do ano, olhar o dever de casa e conversar sobre as novidades da escola - recomenda.
Com os adolescentes, é preciso estabelecer acordos para o novo momento do ano:
- Horários para ir dormir, por exemplo, garantem um bom rendimento no dia seguinte. Também é importante conversar bastante sobre a escola, sem cobranças, mas com verdadeiro diálogo. Mesmo quando o adolescente não fala muito, ele percebe o interesse dos pais por sua vida e seu futuro - afirma Andrea.
Segundo a especialista, a adaptação costuma ser mais difícil na pré-escola, quando as crianças têm entre 3 e 5 anos. Neste período, elas são muito ligadas à família e têm mais dificuldade em voltar a passar boa parte do dia longe dos pais. Mas também é desafiador para aqueles que estão começando o 6º ano, e vão passar a conviver com mais professores, matérias e deveres. É preciso ter boa organização e hábitos de estudo adquiridos desde cedo, para que o impacto não seja grande. Além disso, na faixa etária que vai dos 13 aos 15 anos, os adolescentes também podem enfrentar dificuldade com a imposição de limites. É difícil sair das férias, onde tudo era permitido, para entrar uma rotina que exige mais compromisso e disciplina - completa a especialista.
Escolas podem ajudar
Cuidar da adaptação na volta às aulas, entretanto, não é tarefa só dos pais. As escolas podem e devem contribuir. A psicóloga da Escola Americana, Rossana Manso, acompanha de perto este processo. Para ela, antes de tudo, é preciso estar em sintonia com as famílias, para que o processo de adaptação extrapole os muros do colégio.
- A gente convive com isso o ano inteiro, recebendo alunos de todas as partes do mundo. Por isso, integramos as famílias à comunidade escolar, como uma forma de trabalhar a adaptação em conjunto. Também fazemos um acompanhando individual dos alunos, para identificar suas dificuldades. Assim, podemos promover atividades específicas, como monitorias e aulas extras. Por fim, destacamos um grupo de alunos para atuar como guias dos novos estudantes nas primeiras semanas - afirma Rossana. Apesar de serem mais independentes, os adolescentes também precisam de atenção especial. De acordo com Rossana, é comum eles enfrentarem dificuldades, sobretudo, quando mudam de colégio.
- Às vezes, a mudança não foi uma escolha deles. Por isso, sofrem a perda de um círculo de amigos com o qual estavam acostumados. Neste caso, além do contato com a família, é fundamental para o colégio zelar pela base, deixando claro para os estudantes mais antigos como o respeito pelas diferenças é fundamental. Isso garante uma boa recepção aos novatos.
Fonte: O Globo - Online
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