A OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) a correção da tabela do
IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) pelo índice da inflação, o
IPCA. A proposta AID (Ação Direta de Inconstitucionalidade) foi
anunciada em coletiva concedida na noite da última segunda-feira (10)
pelo presidente do Conselho Federal da entidade, Marcus Vinicius Furtado
Coêlho.
Segundo a OAB, a correção da tabela do IRPF em percentual diferente
da inflação ofende a Constituição Federal “quanto ao conceito de renda, à
capacidade contributiva, o não-confisco tributário e à dignidade da
pessoa humana em face da tributação do mínimo existencial."
As regras do IR deste ano estabelecem isenção para quem ganha até R$
1.787. Se a inflação embasasse a correção, a isenção atingiria quem
ganha até R$ 2.758. “Hoje é uma correção injusta, gerando perda de poder
aquisitivo ao contribuinte. De 1996 a 2013, já descontadas todas as
correções da tabela do imposto, ainda resta uma perda do poder
aquisitivo da moeda brasileira da ordem de 62%”, disse Coêlho.
Para o presidente, o que se vê é uma postura “cômoda” da União que,
mesmo ciente da defasagem, se furta a corrigir a tabela com o propósito
de arrecadar mais. “Para este ano, o IRPF foi corrigido em 4,5%, que era
a meta da inflação traçada pelo governo para 2013. Entretanto, a
inflação real do ano foi de 5,91%, muito superior à correção da tabela”,
ponderou.
O pedido deverá ser analisado pelo ministro Luís Roberto Barroso.
Enquanto a ação não é julgada, a orientação aos contribuintes é entregar
a declaração no prazo correto, que vai até 30 de abril.
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