A partir de hoje, a conta de luz vai ficar mais cara para
consumidores atendidos por 58 concessionárias em todo o país. A revisão
tarifária extraordinária foi aprovada ontem pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel). O reajuste médio será de 23,4%. No caso da
Light, no Rio, o aumento médio fica em 22,5%. Já a Ampla não entrou
nesta revisão, porque o reajuste da tarifa ocorre no próximo dia 15 de
março, quando todos os custos são incluídos na tarifa.
A
revisão extraordinária foi um pedido das distribuidoras à Aneel para
cobrir os custos referentes à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE),
que este ano deixou de receber os aportes do governo federal, à energia
gerada pela hidrelétrica de Itaipu que subiu 46%, e os gastos das
próprias empresas com a compra de energia nos leilões.
Além desse aumento, as distribuidoras ainda terão este
ano os reajustes anuais, que variam conforme a data de aniversário da
concessão. A Light, por exemplo, tem a sua tarifa corrigida no mês de
novembro. De acordo com a decisão da Aneel, para os consumidores do Sul,
Sudeste e Centro-Oeste a alta vai ser de 28,7%, na média, 4,5 vezes
maior que a aplicada para aqueles que vivem em estados do Norte e
Nordeste, que ficará em 5,5%, também na média. O maior aumento foi para a
distribuidora AES Sul (39,5%), que atua em 118 municípios do Rio Grande
do Sul.
A presidenta Dilma Rousseff afirmou ontem que os
reajustes nos preços da energia “são passageiros” e descartou qualquer
tipo de problema no setor, mas disse que os consumidores têm obrigação
de evitar desperdícios de energia.
Na inauguração do Parque
Eólico Geribatu, no Rio Grande do Sul, ela atribuiu o aumento nos preços
de energia ao fato de o país enfrentar a maior seca nos últimos 100
anos e, portanto, o sistema de geração térmico está sendo acessado,
tornando a energia mais cara.
Proprietária de um salão de
beleza na Lapa, Silvia Regina Borges afirma que a nova alta vai pesar
ainda mais no orçamento. “Aqui não tem como economizar, o ar
condicionado precisa ficar ligado o dia todo e usamos muitos secadores”,
justifica.
Valor das bandeiras também sobe
A
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também aprovou ontem o
aumento na taxa extra das bandeiras tarifárias, cobrada nas contas de
luz quando há aumento no custo de produção de energia no país. O novo
sistema, que começou vigorar a partir de 1º de janeiro deste ano, terá
novos valores também de segunda-feira em diante.
Em caso de
bandeira vermelha, atualmente em vigor em todo país e que sinaliza que
está muito caro gerar energia, será cobrada nas contas de luz uma taxa
extra de R$ 5,50 para cada 100 kWh (quilowatts-hora) de energia usados.
Isso representa aumento de 83,33% em relação aos R$ 3 cobrados entre
janeiro e fevereiro.
Já no caso de bandeira amarela, que
sinaliza que a produção de energia está um pouco mais barata, a taxa
extra aplicada passa de R$ 1,50 para R$2,50 (66,66%). Não houve
alteração em relação à bandeira verde, que sinaliza que não há custo
adicional para produção de eletricidade e, portanto, não é aplicada a
taxa extra.
Os aumentos aprovados pela Aneel são para cobrir o
valor extra de R$ 22,06 bilhões destinados ao fundo Conta de
Desenvolvimento Energético (CDE). Os recursos são usados para financiar o
subsídio às tarifas de famílias de baixa renda e o pagamento de
indenizações a empresas, por exemplo.
Fonte: O Dia
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