terça-feira, 17 de março de 2015

Superendividamento gera depressão e problema familiar

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Quem já esteve endividado sabe a dor de cabeça que é. Mas especialistas afirmam que as consequências do descontrole financeiro podem ser piores, chegando a ansiedade, depressão e problemas familiares. Nesses casos, é preciso ajuda profissional para que o consumidor consiga encontrar uma solução, sem comprometer a saúde física e mental.
Entre os sintomas de quem tem o estado emocional afetado pelas dívidas estão dificuldade em se concentrar, perda de apetite, transtornos do sono e irritação. Para ajudar os consumidores a perceberem se precisam de ajuda, o Serasa Experian em parceria com o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo lançou um teste (www.serasaconsumidor.com.br/teste).
As perguntas são destinadas a pessoas em três situações. Quem não consegue pagar todas as dívidas sem comprometer o sustento da família; quem gasta mais de 30% da renda com prestações; e quem gasta mais de 15% da renda com financiamentos como casa própria ou crédito consignado.
Superintendente do Serasa Consumidor, Julio Leandro explica que existem dois casos: em que a situação da inadimplência causa problemas psicológicos; e em que transtornos mentais geram o descontrole financeiro. “Muitas vezes a pessoa fica inadimplente porque acontece algum imprevisto. Mas há casos em que existe um descontrole, as pessoas são compulsivas na compra. A gente calcula de 30% a 35% o nível de reincidência, ou seja, o consumidor que sai da inadimplência e em menos de um ano está de volta”, observa Leandro.
Psiquiatra e diretora médica do Hospital da Santa Casa de Misericórdia, Fatima Vasconcellos explica que o ato da compra gera sensação de felicidade, e isso faz com que pessoas em depressão encontrem no consumo alívio momentâneo. “Tem quadro que a gente trata com medicamentos, que é dos compradores compulsivos. Há pessoas que perdem bens, vão à falência. Estas devem buscar apoio psicológico”, afirma. Para evitar o consumo exagerado, o comerciante Carlos Alberto Bastos, 54 anos, recorre ao esporte. “É uma válvula de escape para não me deixar levar pelos problemas do dia a dia”, diz.
ADMITIR PROBLEMA É O PRIMEIRO PASSO
Segundo o Serasa, cerca de 40% da população adulta do país começou o ano inadimplente. Mas para o superintendente do Serasa Consumidor, Julio Leandro, poucos admitem que têm um problema.
“Muitas vezes existe o processo de negação. As pessoas não reconhecem aquele problema e não buscam ajuda. Além disso, pesquisas de Princeton e Harvard mostram que a falta de dinheiro compromete a capacidade de pensar e tomar decisões, o que também dificulta o processo de encontrar uma solução”, avalia.
A professora Viviane Rodrigues Valença Silva, 33 anos, ficou surpresa com o teste. “É difícil não ter dívidas hoje em dia. Não imaginava que o gasto excessivo pudesse estar relacionado a um transtorno mental, é preocupante”, diz ela.
A orientação, de acordo com Leandro, é buscar ajuda profissional antes mesmo de pensar em como se livrar das dívidas. Apesar de o tratamento com psicólogos, em geral, ter um custo alto, há formas de conseguir valores mais em conta. A psiquiatra Fatima Vasconcellos explica que as faculdades de psicologia costumam oferecer terapias a preços mais baixos, assim como a própria Santa Casa. Além disso, quem já faz terapia pode negociar valores que sejam mais acessíveis.
Resolvidas as questões psicológicas e emocionais, é hora de renegociar as dívidas. Para a psiquiatra, também é importante tomar medidas para evitar que a situação se repita. “A recomendação é sair de casa com pouco dinheiro, evitar levar cheques e em hipótese alguma usar o cartão de crédito”, diz.
Fonte: O Dia

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