Se
o governo não tivesse adiado a entrada em operação do sistema de
bandeiras tarifárias, que indicará se a energia vai custar mais ou
menos, o brasileiro já teria de começar a controlar o uso da
eletricidade para não levar um susto no fim do mês. Durante este ano, a
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) vai publicar as bandeiras
estipuladas para cada mês, como teste. Para fevereiro, será vermelha, o
que significaria um acréscimo de R$ 3 a cada 100 quilowatt (kW)
consumido.
As
bandeiras tarifárias - verde, amarela e vermelha - serão definidas com
base nas condições de geração de energia no País. Como neste momento o
sistema vive sob forte estresse por causa das chuvas abaixo da média
histórica - o terceiro pior volume em 84 anos -, a bandeira é vermelha. O
mecanismo repassa mensalmente para a conta de luz os gastos com geração
termelétrica, necessárias para compensar a queda no nível dos
reservatórios.
Ao
mesmo tempo, o sistema permite ao consumidor decidir se reduz o uso da
eletricidade ou se paga mais por ela. No mês passado, a bandeira
definida pela Aneel era amarela, que significaria acréscimo de R$ 1,50 a
cada 100 kW (na verde, não há aumento).
Segundo
cálculos da consultoria Thymos Energia, nesse caso a conta de luz de um
brasileiro que não conseguisse reduzir o consumo seria 9% maior. No
caso das indústrias, o impacto seria bem mais pesado: 11%.
O sistema deveria entrar em vigor em janeiro deste ano, mas foi adiada para janeiro de 2015. Segundo a Aneel, a prorrogação foi necessária para o aperfeiçoamento do mecanismo. Mas, entre especialistas, a decisão foi interpretada como forma de controlar os impactos do aumento da conta de luz na inflação em ano de eleição.
O sistema deveria entrar em vigor em janeiro deste ano, mas foi adiada para janeiro de 2015. Segundo a Aneel, a prorrogação foi necessária para o aperfeiçoamento do mecanismo. Mas, entre especialistas, a decisão foi interpretada como forma de controlar os impactos do aumento da conta de luz na inflação em ano de eleição.
Zerada
O
diretor de Regulação e Gestão em Energia da Thymos Energia, Ricardo
Savoya, observa que, se as bandeiras tarifárias estivessem em vigor no
ano passado, a redução promovida na tarifa pela MP 579, que tratou da
renovação dos contratos de concessão, teria sido praticamente zerada.
—
Em média, o pacote lançado pelo governo em setembro de 2012 reduziu os
custos em 14%. Considerando o volume de térmicas acionadas no ano
passado, com as bandeiras tarifárias, a redução teria sido de 4%.
A
situação não seria diferente neste ano. Na semana passada, o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou a entrada de 15,5 mil
megawatts (MW) de energia termoelétrica para evitar a redução dos
reservatórios, especialmente na Região Sudeste - que no domingo estava
em 39,98% da capacidade de armazenamento.
Fonte: R7
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