Passar em um concurso público não é como estar em uma
corrida em que o vencedor é aquele que chega rapidamente, ao contrário,
se preparar para as provas é como viver uma maratona, o que exige muita
determinação para permanecer até chegar ao objeivo. Por conta disso, a
coaching no assunto, dona do site SOS Concurseiro, Letícia Nobre, dá dicas para aqueles que querem alcançar a tão sonhada vaga.
Ela explica que o primeiro passo do concursando é adaptar o estudo a
sua vida e não o contrário. "Quando nos impomos uma tarefa, dificilmente
dará certo. Sempre reforço a necessidade do candidato conhecer seus
limites e lidar com eles. Qualquer pessoa é capaz de achar tempo para
estudar, mesmo que trabalhe o dia todo. A decisão exige disciplina e
persistência, especialmente para aqueles que estão longe dos livros há
algum tempo", esclarece ela, que é jornalista especializada em
concursos.
Divisão dos horários de estudo
Na maior parte das vezes, são muitas disciplinas para serem estudadas e
é preciso assistir aulas, ouvir gravações, fazer resumos, ler livros e
resolver provas anteriores de cada uma. São muitas coisas para aprender,
mas como dividir o horário de estudo dentro de cada matéria? A
especialista indica:
"Recomendo que crie-se módulos de estudo de 1h30
a 2h, com 10 a 15 minutos de intervalo. Dentro deste módulo, o
candidato deve ler a teoria e/ou assistir à videoaula e fazer anotações
em forma de fichamento ou resumo. Os exercícios devem ser feitos depois
que tiver um pouco de teoria, sempre corrigindo as questões e
identificando onde estão os erros e acertos. O ideal é não estudar
matérias semelhantes na sequência", aconselha
Quanto tempo estudar por dia
Para Letícia Nobre, o candidato deve separar as matérias por módulos e
se dedicar aos estudos por pelo menos duas horas a cada dia que estiver
disposto a pegar nos livros. "Na minha opinião, o mínimo ideal são duas
horas por dia para que seja possível absorver a matéria que está sendo
estudada. Até porque leva-se um tempo somente para se concentrar no que
se está fazendo", afirma ela.
Procurando tentar dar um jeito na
falta de tempo ou na otimização do aprendizado e/ou treinamento da
matéria, sempre há aqueles candidatos que varam a madrugada. Será que
isso é adequado? "Não é possível julgar quem estuda de madrugada. Porém,
eu não defendo essa ideia. O organismo está preparado para ficar
acordado de dia e dormir de noite. Todo o metabolismo fica bagunçado
quando essa ordem é invertida. O desgaste físico pode não valer a pena.
Acredito e defendo que é possível se organizar a ponto de não ter
nenhuma necessidade de se estudar de madrugada e manter o equilíbrio
orgânico em prol disso", recomenda Letícia Nobre.
Otimizando o tempo
Muitas pessoas trabalham, têm família para cuidar, se ocupam com outros
assuntos e não têm muito tempo para se dedicar aos estudos para
concursos. Como lidar com isso e otimizar o tempo? Para Nobre, a
primeira atitude é conhecer as regras do jogo e se preparar para elas.
Isso quer dizer definir pré-requisitos que o cargo desejado deve ter,
saber que cargos se encaixam nessas exigências (salário, local de
trabalho, função) e identificar o perfil de prova que é exigido.
Paralelo a isso, é preciso estipular metas intermediárias e objetivo
final de um cargo. "A falta de referência faz com que o candidato fique
extremamente perdido. Também é importante definir orçamentos para os
gastos com concursos. Há uma infinidade de materiais, ferramentas e
acessórios que podem ajudar e muito, mas o excesso é tão prejudicial
quanto a falta. Assim, é preciso saber quais materiais comprar e a que
tempo. Digo que hoje, fazer um concurso público é como um projeto de
investimento em carreira e, por isso, precisa ser tratado como tal" ,
comenta ela.
Outra forma de otimizar o tempo é eliminar a
distração, ter um local específico para estudar e contar com material já
separado e pronto para ser usado. "Deve-se deixar de lado tudo aquilo
que tira o candidato do foco, como redes sociais, sites de vídeo,
televisão, telefone. Criar um ambiente adequado faz muita diferença.
Assim como ter o seu material organizado, identificado", indica ela.
Métodos mais indicados para absorver melhor a matéria
Entre teoria e prática, muita gente se perde simplesmente porque não
sabe como se preparar para as provas. Pegam uma dica ali, outra ali, e
no dia do concurso se dão mal, não entendem porque não absorveram os
assuntos. De acordo com Letícia Nobre, a forma de estudar varia de
pessoa para pessoa, é preciso se conhecer primeiro para depois escolher a
metodologia mais adequada:
"As pessoas são divididas em
auditivas, visuais e sinestésicas. É preciso que se descubra qual o
perfil para testar as ferramentas que se adequam melhor. Há quem se
adapta melhor assistindo a uma videoaula, outros só com o professor
presencialmente, assim como há quem visualiza melhor a matéria anotando
em fichamentos, mapas mentais e outros em resumos. Para quem não conhece
os métodos, sugiro testá-los para saber o que funciona melhor",
comenta.
Como persistir na maratona
Prestar
concurso é algo que requer anos de estudo. Como não desistir? A
especialista conta que o planejamento é o caminho para não abandonar o
sonho da vaga pública. "Ser aprovado dentro do número de vagas pode
requerer mesmo anos de estudo, mas eles podem ser encurtados
consideravelmente se houver um planejamento desde o início. Se isso não
for possível, recomendo que pare por um momento e reveja se há um
planejamento, uma estratégia de ação em prol do objetivo", afirma.
O
mais angustiante ao candidato é que ele não sabe quando irá passar, não
há um prazo definido. Porém, para aliviar esta angústia é importante
definir metas intermediárias. Letícia Nobre diz que uma delas pode ser
realizar exercícios e simulados com frequência e manter o nível de
acerto mínimo das questões entre 70% e 80%.
"Até atingir esse
patamar, será preciso esforço e dedicação. Para manter o pique, sugiro
que se escreva o porquê, a motivação que o faz se dedicar. O reforço da
motivação e propósito tende a ser um estimulante para os momentos de
baixa. A atividade física também é importante, bem como o respeito de
seus limites. Por exemplo: será muito difícil um candidato que não tem
edital previsto estudar 40 horas por semana logo de cara e se manter
assim, sem deslizar, por um ou dois anos. Mais eficiente é ter 35 horas
por semana (neste exemplo) e ser capaz de aumentar a carga quando a
autorização for liberada", comenta ela.
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