O número de inadimplentes cresceu 2,33% em fevereiro de 2015, em
comparação ao mesmo período de 2014. Apesar do aumento, o índice caiu em
relação aos 3,12% de inadimplentes registrados em janeiro. Em termos
absolutos, diminuiu o número daqueles que alegam não poder pagar as
dívidas em dia. De 54,6 milhões de pessoas em janeiro, o número recuou
para 53,6 milhões em fevereiro, informou nesta terça-feira (10) o SPC –
Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito).
Os economistas do órgão
explicam que a redução do indicador em relação ao primeiro mês do ano
não tem relação com o aumento da quantidade de pagamentos de dívidas em
atraso. Para eles, a queda se justifica na "piora do nível de emprego e
na redução do poder de compra dos salários, por causa da inflação",
segundo a economista Marcela Kawauti.
— Os bancos e os
estabelecimentos comerciais passaram a ser mais rigorosos e criteriosos
na hora de conceder financiamentos e empréstimos, o que implica em menor
oferta de crédito na praça. Como consequência, a inadimplência vem
recuando mês a mês.
Análise técnica do SPC Brasil ressalta também
que os consumidores estão comprando menos bens caros, como automóveis,
produtos da linha branca, móveis, eletrodomésticos e materiais de
construção. Para o presidente da CNDL (Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas), Honório Pinheiro, esses são, "justamente, os bens
mais dependentes de financiamento".
Diante desse recuo, Honório
avalia que a situação do varejo, em 2015, pode não ser das melhores. Ele
argumenta que o varejo depende de datas para que apresentem lucros
significativos, como o Natal e a Páscoa, e acredita que a solução é
apostar no comércio de alimentos para tentar minimizar a situação.
—
Estamos apostando no varejo de alimentos para a época da Páscoa. Mesmo
nesse varejo não estamos tão otimistas, exatamente pelo consumidor ter
diminuído a intenção de compra. Se ele desacelerou a compra de
automóvel, obviamente fará o mesmo com outros itens de consumo.
Certamente, menos um pouco na área de alimentação, mas ainda impacta
também [o varejo].
De acordo com o segmento que mais concentra
crescimento no número de pendências não pagas é o setor de comunicação,
que envolve telefonia fixa e móvel, TV a cabo e internet, que tiveram
alta anual de 8,48%. A segunda maior variação é no setor de água e luz,
com aumento de 6,67% ao ano. O setor que mais detém participação nas
dívidas é o setor bancário, credor de 47,51% do passivo registrado em
fevereiro.
Por faixa etária, os idosos continuam sendo os mais
dispostos a fazer dívidas. Eles apresentaram a maior variação na taxa de
devedores em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado.
Em
contrapartida, são os jovens (de 18 a 24 anos de idade) que menos fazem
esse tipo de compra, com variação negativa de 9,33% na taxa de
inadimplência anual. O grupo dos adultos (de 30 a 39 anos de idade) é o
que tem participação mais alta, de 29,09%, no total de inadimplências.
Fonte: R7
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