quinta-feira, 18 de abril de 2013

Introvertidos são mais engajados que extrovertidos, diz pesquisa

Uma das regras básicas para se dar bem em uma entrevista ou para conquistar a simpatia de seu chefe e colegas de trabalho é ser confiante e extrovertido, sem medo de enfrentar qualquer desafio.
Para os gestores, essas características são fundamentais para motivar a equipe e avançar nos projetos da empresa. Enquanto isso, aqueles introvertidos, monossilábicos e até "neuróticos" perdem perdem o foco de seus gestores. Na maioria das vezes, eles apenas esperam desses profissionais o básico: fazer seu trabalho e tentar ao máximo não baixar a moral dos colegas ao redor.
Mas, uma nova pesquisa publicada na Forbes promete desmistificar a baixa credibilidade e valor dos introvertidos. Realizado por uma professora da UCLA Anderson School of Management, Corinne Bendersky, o artigo mostra a inversão dos papéis convencionais corporativos, isso é, a ascensão dos introvertidos e a queda dos extrovertidos para os trabalhos em equipe, projetos de engajamento e liderança.
De acordo com o estudo, os extrovertidos não contribuem ou ajudam pouco sua equipe, o que diminui as grandes expectativas dos seus colegas ao longo do tempo. Os introvertidos, ao contrário, são motivados a trabalhar duro em nome de sua equipe, o que acaba o valorizando aos olhos dos colegas pelo seu esforço e, em parte, porque eles também superam as expectativas de todos.
Isso acontece porque a eficiência dos extrovertidos é superada pelo carisma e simpatia, o que não ocorre com os introvertidos, que se esforçam ainda mais para serem valorizados.
O estudo
Para chegar a essas conclusões contra-intuitivas, a pesquisadora fez alguns experimentos. Em um deles, ela dividiu 229 alunos de MBA em grupos de estudo com cinco pessoas cada e examinou suas personalidades.
Após as avaliações, eles tiveram que escolher qual membro da sua equipe teria o poder de influenciar outros grupos e a própria equipe. O estudante mais extrovertido foi escolhido em todos os grupos. Já os introvertidos, foram os piores classificados para o cargo.
O experimento durou 10 semanas e, após o período, Bendersky voltou a consultar cada equipe sobre o desempenho dos respectivos ‘líderes extrovertidos’. Todas as equipes afirmaram à pesquisadora que se decepcionaram com eles.
Mas, em relação aos introvertidos, eles disseram que superaram suas expectativas e contribuíram com mais generosidade com cada membro do grupo. "Os neuróticos são classificados como mais generosos e excedem as expectativas", explica Bendersky.
Estereótipos vencidos. E agora?
Para Bendersky, nãos basta apenas provar que os introvertidos são mais generosos com suas equipes se os gestores não darem valor à característica e mais espaço aos profissionais.
“Os extrovertidos, provavelmente, vão contribuir menos na equipe e as poucas contribuições serão desvalorizadas com o tempo”, afirmou. “Pelo contrário, os tímidos são motivados pelo sentimento de inadequação e trabalham duro em nome do grupo. Enquanto isso, os colegam os apreciam por suas contribuições, pois excedem as expectativas”.
Para a pesquisadora, os líderes precisam ter cautela com os extrovertidos. “O que move a personalidade extrovertida é, muitas vezes, a busca por atenção. Acontece que eles continuam falando, mas não escutam muito bem e não são muito receptivos às críticas”.

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