quinta-feira, 18 de abril de 2013

Poupança continua rendendo mais que fundos de renda fixa

Mesmo após a elevação da Taxa Selic para 7,5% ao ano, obter ganhos superiores ao da caderneta de poupança continua difícil na renda fixa. Na nova poupança, que segue as regras criadas para depósitos a partir de 4 de maio do ano passado, o rendimento agora passa a ser de 0,42% ao mês, ante 0,41% de rendimento quando a taxa Selic estava em 7,25%. Entre as aplicações mais populares, fundos DI com taxa de administração superior a 1% ao ano ainda rendem menos do que a caderneta, segundo simulação feita pelo economista Samy Dana, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
— A maioria dos fundos DI de grandes bancos cobra de 1,5% a 2% de taxa de administração — destaca Dana.
A poupança antiga ainda rende mais: 0,50% ao mês e 6,17% ao ano.
Também perdem para a caderneta as aplicações em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) que tenham sido contratadas para remunerar menos de 90% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), um patamar já difícil de conseguir para investimentos por menos de dois anos. O CDI é a taxa de juros que bancos cobram para emprestar dinheiro entre si e atualmente está 0,25 ponto percentual abaixo da Selic.
Por isso, economistas esperam que suba de 7% para 7,25% no máximo o CDI, enquanto a Selic chega a 7,5%. Se o investidor contratar um CDB que pague 90% do CDI, terá um rendimento mensal de 0,42% após um ano de aplicação, equivalente à poupança. Esse também é o ganho oferecido por um fundo DI, que só aplique em títulos públicos, com 1% de taxa de administração, segundo os cálculos de Dana.
LFT no Tesouro direto é a melhor opção
A melhor opção entre fundos de renda fixa são as aplicações em Letras Financeiras do Tesouro (LFT). Esses títulos públicos disponíveis no sistema Tesouro Direto — para aplicações a partir de R$ 30, e que oferecem rendimento ligeiramente abaixo da Selic — devem passar a remunerar o investidor em cerca de 0,47% agora.
Apesar de a elevação dos juros na última reunião ser considerada o início de uma trajetória de alta por alguns analistas, permanece difícil para o investidor conseguir rendimento real acima da inflação, que evite perda do poder de compra. Segundo a última previsão do boletim Focus, analistas projetavam na média que a inflação oficial do país vá terminar o ano em 5,68%. Com a Selic a 7,5%, somente as LFTs devem apresentar rendimento superior à inflação, chegando a 5,74% em 12 meses, entre os investimentos mais populares no mercado.
— Nesses produtos conservadores, não está dando nem para superar a inflação — destaca a planejadora financeira Letícia Camargo.
Fonte: O Globo - Online

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