A venda de óculos de leitura em farmácias é cada vez mais comum, mas o
consumidor deve abrir bem os olhos, antes de adquirir o produto nas
drogarias.
Em dez estabelecimentos visitados pelo EXTRA, três
ofereciam o acessório: Drogaria Venâncio, Drogarias Pacheco e Drogaria
São Paulo. Os preços, entre R$ 24,90 e R$ 49,90, podem ser atraentes,
mas o atendimento preocupa. Farmacêuticos não sabiam apontar como
descobrir o grau ideal das lentes nem se os óculos também poderiam ser
usados para ver de longe.
As "lentes de aumento" vendidas nas
farmácias são indicadas apenas para casos de presbiopia, mais famosa
como "vista cansada". Mas os oftalmologistas recomendam seu uso somente
em emergências.
Óculos podem deixar a vista desconfortável
A
venda de óculos em farmácias é cercada de polêmica. A Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) não autoriza a comercialização das
"lentes de aumento" em drogarias, também condenada por especialistas.
Segundo o presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, Marco Rey, o
uso das lentes pode gerar desconforto.
— Além de ser comum o
paciente ter graus diferentes nos dois olhos, quem não vai ao
oftalmologista deixa de fazer exames que ajudam a diagnosticar diabetes e
glaucoma, por exemplo.
Abrafarma defende a autorização
O
presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias
(Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, defende a venda dos óculos de leitura
nas drogarias. Segundo ele, o consumidor pega o acessório por sua
própria conta:
— Ele é mais um quebra-galho. O farmacêutico não
tem obrigação de conhecer todos seus aspectos, como não tem que ensinar a
usar uma tinta de cabelo.
Em 2009, a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda de alimentos e de produtos
de conveniência nas drogarias. No ano seguinte, o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) suspendeu essa liminar e, desde então, as farmácias têm se
guiado por leis estaduais, que autorizam a prática.
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