A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai acelerar o
registro de medicamentos. Hoje, de acordo com um levantamento da
Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), um
remédio pode demorar até dois anos para ser avaliado pela agência e
receber permissão para ser vendido no País. A partir de agora, com a
adoção de medidas anunciadas nesta segunda-feira pelo ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, esse prazo será de até seis meses.
O anúncio foi feito em um encontro de Padilha com empresários do
Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo. De acordo com o
ministro, isso será possível com a adoção de algumas medidas. A primeira
delas é a criação de uma fila especial para medicamentos que são
produtos de inovação tecnológica ou de interesse pelo Sistema Único de
Saúde (SUS). É o caso dos remédios para câncer, hipertensão e diabete.
Os medicamentos que entrarem nessa fila passarão, automaticamente, a
fazer parte da lista dos produtos fornecidos pelo SUS. Nas regras
atuais, após o registro pela Anvisa, existe outro processo burocrático
para a incorporação do medicamento pelo SUS. “Um medicamento de câncer
não pode levar o mesmo tempo que um cosmético na fila da Anvisa. É uma
fila específica para registrar mais rápido o que é do interesse da
população brasileira e do SUS. A incorporação do medicamento pelo SUS já
passa a ser automática com a aprovação da Anvisa”, disse Padilha.
Outra medida é a adoção pela Anvisa de um sistema de registro
eletrônico de medicamentos, que passará a ser utilizado a partir de 15
de abril. De acordo com o Ministério da Saúde, a ferramenta deve ser
responsável pela redução de até 40% do tempo da análise de cada pedido.
A Anvisa também receberá autorização para reconhecer todos os
trabalhos e estudos feitos por agências sanitárias internacionais.
“Hoje, a Anvisa não pode reconhecer o registro feito pelas autoridades
sanitárias da Europa ou dos Estados Unidos. Todo o trabalho tem que ser
refeito”, observou o ministro. Haverá, ainda, a contratação de 314 novos
técnicos para a área de registro de medicamentos. “A Anvisa passará a
ter um prazo máximo igual ao do FDA (agência sanitária dos Estados
Unidos), de seis meses”, completou o ministro.
De acordo com o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, a rapidez não
comprometerá o rigor das análises. “O que queremos é que a Anvisa seja
eficiente, consiga ter prazos mais previsíveis e atender a demanda das
indústrias sem em nenhum momento comprometer o rigor que precisa ter na
liberação de produtos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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