O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que o estudo que
vai orientar o projeto de universalização do uso da internet no Brasil,
conhecido com o nome provisório de Programa Nacional de Banda Larga 2
(PNBL 2.0), deve estar pronto para ser enviado à presidente Dilma
Rousseff até a metade deste ano. "Esperamos defini-lo em meados de 2013 e
aí fazer uma programação para entrar forte no ano que vem", disse nesta
terça-feira, em Porto Alegre, onde participou da inauguração de um
escritório da Telebras nas dependências do Tecnopuc, o centro
tecnológico da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Mesmo que os números e métodos não estejam detalhados, o governo já
definiu algumas linhas gerais do projeto. A meta é levar a internet a
90% dos lares brasileiros em dez anos, com esforço concentrado nos
primeiros três ou quatro anos para dar um salto em relação ao índice
atual, que é próximo de 40%. Bernardo acredita que se não houver
intervenção, o país chegará ao fim do ano que vem com índice de 50%.
"Queremos fazer uma intervenção capaz de acelerar isso. Se formos
esperar que o mercado resolva tudo sem qualquer intervenção do governo
talvez vai levar dez anos."
O estudo também deve apontar soluções para as dificuldades de levar a
expansão a todos os pontos de um País continental. A conexão poderá ser
feita por fibra óptica, rádio e até satélite, nas regiões mais remotas.
O custo da universalização é estimado em R$ 100 bilhões. Paulo
Bernardo admitiu que ainda não sabe qual será o aporte do governo,
explicando que os recursos do Tesouro irão apenas para as redes que a
Telebras vai fazer e para a rede nacional de pesquisa. Para as
operadoras que investirem na expansão dos serviços poderão ser
concedidos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES). Para determinadas faixas, como a da banda larga móvel, o
modelo de leilões não deve priorizar a arrecadação, mas as ofertas de
expansão da infraestrutura que as empresas fizerem.
Descentralização
A Telebras Tecnologia, inaugurada
nesta terça-feira, é parte de um processo de descentralização da
empresa. Segundo o ministro, a unidade montada em Porto Alegre terá três
funções básicas. A primeira será usar sua capacidade de testar redes
para detectar situações de saturação e de mau funcionamento e fazer
pesquisas em torno disso. A segunda é a homologação de equipamentos.
"Isso antigamente a Telebras fazia, mas como não temos (mais) condições
de fazer diretamente, vamos fazer com a parceria da PUC", comentou o
ministro. A terceira é a disponibilidade para fazer e apoiar pesquisas
ligadas às telecomunicações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário