Estamos ficando mais velhos. Não só porque o tempo passa para
todos, mas principalmente porque estamos mais saudáveis e temos menos
filhos. Não por acaso, a expectativa de vida da população em geral vem
aumentando.
Isso é o que a A.T. Kearney intitulou
de Agequake (ou terremoto demográfico, em tradução livre para o
português) no estudo “Compreendendo as necessidades e consequências do
envelhecimento do consumidor”, divulgado nesta quarta-feira. Com um
mercado de consumo e serviços adaptado aos mais novos, empresas de
diversos setores precisaram se repaginar para atingir esse novo público
de terceira idade.
Mesmo que as adaptações sejam
muito mais urgentes nos países mais desenvolvidos, no Brasil a idade já
bate à porta. Em 35 anos, o mundo deverá ter mais pessoas com mais de 60
anos que menores de 15. No Brasil, essa inflexão é esperada já em
meados de 2030.
Os principais setores afetados
serão os de serviços e de bens de consumo, com destaque para os
alimentos e cuidados pessoais. “As empresas vão ter de entender que o
público idoso não será mais uma minoria”, afirma Carlos Higo, diretor da
A.T. Kearney.
O brasileiro já larga com uma
vantagem frente ao processo de envelhecimento da população nos países
desenvolvidos. Uma vez que em países como Alemanha, França e Espanha
esse processo já esta em estágio mais avançado, é possível trazer as
experiências das empresas de lá, que já readaptaram sua forma de
produzir e criar produtos.
Enriquecimento
A
pesquisa aponta um enriquecimento da população idosa. Por exemplo, nos
Estados Unidos os ativos financeiros de maiores de 50 anos respondem por
80% deste mercado. No ano passado, gastaram US$ 17 bilhões a mais em
carros que os mais jovens, abaixo de 50 anos.
“Estamos
assistindo a uma população idosa se desenvolver com melhore no poder
aquisitivo”, diz Higo. A expectativa é que já em 2020, os idosos
representem 15,4% do consumo nacional – em 2005 essa participação era de
9,7%.
Comportamento
O segundo viés de
mudança está no comportamento. Ao contrário dos jovens, que têm larga
disposição para sair, conduz carros e vive o cotidiano de forma
independente, os mais velhos tendem a aumentar o uso do e-commerce.
“O
brasileiro já gosta de tecnologia e é muito adeptos das compras pela
internet”, diz Pietro Gandolfi, diretor da A.T. Kearney. Ao contrário do
que têm sido visto, a próxima geração de idosos já viveu boa parte da
idade ativa dentro do ambiente tecnológico, o que deve facilitar esse
acesso. “O hábito de usar a tecnologia vai continuar com a geração”,
afirma.
Fonte: Revista Exame
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