quarta-feira, 20 de março de 2013

Quer mudar seu plano de previdência? Veja o que levar em conta

Quem acumula recursos para a aposentadoria por meio de planos de previdência privada (a exemplo dos PGBLs e VGBLs) tem uma grande vantagem na comparação com as demais aplicações financeiras: a portabilidade.
O investidor pode transferir recursos de um plano de previdência de um banco para outro plano do mesmo tipo, em uma empresa diferente, sem nenhum custo.
E cada vez mais contribuintes desses planos têm usado esse recurso. Dados da Fenaprevi (a entidade do segmento de previdência privada) mostram que os recursos transferidos entre os planos de previdência mais que dobraram entre 2009 e 2012, atingindo R$ 5,69 bilhões no ano passado . No total, em 2012, foram aplicados R$ 338,5 bilhões em planos de previdência.
Esse descontentamento tem base: o rendimento oferecido por PGBLs e VGBLs caiu drasticamente, devido à redução brusca da taxa básica de juros do país (que influencia os ganhos nas aplicações de renda fixa) e do desempenho modesto da Bolsa de Valores (que afeta os ganhos das aplicações de renda variável).
VEJA O QUE CONSIDERAR NA MUDANÇA DO PLANO DE PREVIDÊNCIA
Preste atenção nas taxas de carregamento e taxas de administração, que podem reduzir significativamente o patrimônio acumulado
Confira o regime tributário do plano: se o objetivo é realmente fazer saques no longo prazo (acima de 10 anos), em princípio o regime regressivo é melhor, porque as alíquotas do IR caem com o tempo
Fique atento: é possível mudar um plano com regime progressivo para regressivo, mas a troca é definitiva
Se o rendimento do plano de previdência está insatisfatório, é possível mudar sem custo e com pouca burocracia o perfil do fundo, aumentando ou até eliminando, por exemplo, a presença de renda variável (ações)
Está na hora de mudar?
O mercado financeiro está em um momento complicado e pode ser uma tarefa difícil julgar o desempenho do gestor (o responsável pela administração dos recursos) de um plano de previdência.
Um critério mais fácil, e muito revelante, para o investidor tomar a decisão de permanecer ou mudar de plano está nos custos, apontam especialistas.
"Qualquer diferença de 0,25% em um investimento de longo prazo faz diferença no resultado final", diz Eunice Lima, consultora-sênior da Aon (empresa especializada em previdência privada).
Planos de previdência como PGBLs e VGBLs têm a vantagem de atrasar o pagamento do Imposto de Renda, mas possuem dois custos importantes: a taxa de carregamento (cobrada a cada aplicação) e a taxa de administração (cobrada sobre o montante total de dinheiro aplicado).
Embora a taxa de carregamento seja um critério importante, especialistas sugerem que o investidor preste atenção principalmente sobre a taxa de administração. A justificativa é que, enquanto a primeira recai somente sobre o valor do "principal" (o total acumulado por meio das contribuições mensais), a segunda corrói  tanto o "principal" (valor depositado) quanto o montante acumulado com os juros da aplicação.
A diferença de 1%
Uma estimativa da Fundação Cesp (o fundo de pensão da empresa paulista de energia) mostra a diferença que as taxas de administração podem fazer no longo prazo.
O exercício leva em conta um período de investimento de 25 anos, com uma taxa de juros de 6% ao ano (semelhante ao rendimento da poupança) e ausência de taxa de carregamento.
Enquanto um plano de previdência que cobra uma taxa de administração de 2% ao ano entregaria o equivalente a 69% do patrimônio acumulado pelo investidor ao longo dos anos, um plano de mesmo tipo, mas com uma taxa de 1% ao ano, devolveria o equivalente a 83%.
Confira o tipo de plano de previdência
Planos do tipo PGBL e VGBL são produtos de previdência complementar aberta, oferecidos por seguradoras, e disponíveis para qualquer correntista de banco.
Existem também produtos de previdência complementar fechada, oferecidos por fundos de pensão, e exclusivos para os funcionários de uma empresa.
Em princípio, um plano de previdência fechado tende a ser melhor que um plano de previdência aberto. A justificativa: os planos fechados são patrocinados por uma empresa, que complementa a contribuição do funcionário.
Em outros termos, dois contribuem para formar uma reserva para a aposentadoria do investidor em vez de apenas um, como no caso dos planos de previdência abertos.
5 metas para organizar seu bolso:
1 - FAZER UM ORÇAMENTO. Colocar no papel (ou em uma planilha de computador) despesas do mês é uma iniciativa básica para ordenar suas finanças. Permite ver os ralos do dinheiro, o caminho para saldar dívidas ou o ponto de partida para uma poupança.
2 - FORMAR UMA RESERVA DE EMERGÊNCIA. Guardar dinheiro para imprevistos, como perda do emprego ou problema de saúde, é outra providência essencial. A recomendação mais comum é calcular o valor de seis meses de despesas e investir o dinheiro em uma aplicação conservadora e de fácil resgate, como poupança, fundos ou CDBs.
3 - CONHECER MAIS SOBRE INVESTIMENTOS. Para ganhar mais em suas aplicações, o investidor terá de mudar seus hábitos. Conhecer outros produtos financeiros e diversificar a distribuição dos recursos são algumas das iniciativas para melhorar as chances de o dinheiro render.
4 - PLANEJAR A APOSENTADORIA. Para quem ainda não começou a pensar na aposentadoria, um passo importante é descobrir quanto será preciso guardar. Para aqueles que já poupam, a dica é ficar atento aos custos dos planos de previdência: taxas de carregamento e taxas de administração podem comer os ganhos.
5 - CONSOLIDAR A PAPELADA. Reunir as informações financeiras mais relevantes em um arquivo para uso da família é, talvez, a iniciativa mais simples e a menos popular. Faça uma lista das aplicações financeiras, com a descrição dos meios para resgatar esses recursos em caso de ausência .

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