quarta-feira, 20 de março de 2013

Médico tira dúvidas de consumidores sobre efeitos após a ingestão de AdeS contaminado



Embalagens do suco AdeS, que teve a venda de parte da produção suspensaDa quarta-feira passada, data do recall da bebida, até a tarde desta terça-feira, cerca de 200 pessoas ligaram para a Central de Atendimento ao Consumidor (SAC) da Unilever. A principal dúvida era se haveria algum risco para consumidores que tomaram o suco antes da interdição, mas que não apresentaram sintomas. O médico toxicologista Flávio Zambrone, diretor presidente da empresa que faz os atendimentos por telefone ou e-mail da área de saúde da Unilever, descarta essa possibilidade:
— A soda cáustica é um produto irritante, que teria uma ação local e naquele momento. Não há nenhuma preocupação em relação a problemas futuros.
Uma consumidora de Ribeirão Preto (SP) registrou uma queixa na polícia por lesão corporal, relatando que o filho de 17 anos sofreu queimadura na boca, após tentar beber um suco de maçã AdeS. A amostra entregue à polícia foi encaminhada ao Instituto Adolfo Lutz para análise.
Unilever pode ter multa de R$ 7,7 milhões
O prejuízo da Unilever com a suspensão da fabricação e das vendas dos sucos de soja AdeS de uma das linhas de produção de sua unidade em Pouso Alegre, em Minas Gerais, pode ser ainda maior do que o que a empresa esperava. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diz que a companhia pode ser multada em até R$ 1,5 milhão, se forem constatadas falhas no processo produtivo ou ausência das chamadas "boas práticas de fabricação". E o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça afirma que outros R$ 6,2 milhões podem ser cobrados, se forem constatadas violações às normas estabelecidas no Código de Defesa do Consumidor.
Na reunião desta terça-feira com a Anvisa, representantes da Unilever relataram falha humana e em equipamentos no episódio que levou ao envasamento de soda cáustica no lugar do suco de maçã AdeS, na embalagem de 1,5 litro. A gerente-geral de alimentos da Anvisa, Suzany Moraes, calcula que o relatório de inspeção realizado pela vigilância sanitária de Minas Gerais na fábrica deva ser concluído até esta quarta-feira.

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