Da
quarta-feira passada, data do recall da bebida, até a tarde desta
terça-feira, cerca de 200 pessoas ligaram para a Central de Atendimento
ao Consumidor (SAC) da Unilever. A principal dúvida era se haveria algum
risco para consumidores que tomaram o suco antes da interdição, mas que
não apresentaram sintomas. O médico toxicologista Flávio Zambrone,
diretor presidente da empresa que faz os atendimentos por telefone ou
e-mail da área de saúde da Unilever, descarta essa possibilidade:
—
A soda cáustica é um produto irritante, que teria uma ação local e
naquele momento. Não há nenhuma preocupação em relação a problemas
futuros.
Uma consumidora de Ribeirão Preto (SP) registrou
uma queixa na polícia por lesão corporal, relatando que o filho de 17
anos sofreu queimadura na boca, após tentar beber um suco de maçã AdeS. A
amostra entregue à polícia foi encaminhada ao Instituto Adolfo Lutz
para análise.
Unilever pode ter multa de R$ 7,7 milhões
O
prejuízo da Unilever com a suspensão da fabricação e das vendas dos
sucos de soja AdeS de uma das linhas de produção de sua unidade em Pouso
Alegre, em Minas Gerais, pode ser ainda maior do que o que a empresa
esperava. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) diz que a
companhia pode ser multada em até R$ 1,5 milhão, se forem constatadas
falhas no processo produtivo ou ausência das chamadas "boas práticas de
fabricação". E o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do
Ministério da Justiça afirma que outros R$ 6,2 milhões podem ser
cobrados, se forem constatadas violações às normas estabelecidas no
Código de Defesa do Consumidor.
Na reunião desta
terça-feira com a Anvisa, representantes da Unilever relataram falha
humana e em equipamentos no episódio que levou ao envasamento de soda
cáustica no lugar do suco de maçã AdeS, na embalagem de 1,5 litro. A
gerente-geral de alimentos da Anvisa, Suzany Moraes, calcula que o
relatório de inspeção realizado pela vigilância sanitária de Minas
Gerais na fábrica deva ser concluído até esta quarta-feira.
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