A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira (8) a retirada
dos impostos federais que incidem sobre todos os produtos da cesta
básica.
O anúncio foi feito durante pronunciamento em rede
nacional de rádio e TV por ocasião do Dia Internacional da Mulher, no
qual ela também divulgou medidas de defesa do consumidor e de combate à
violência contra a mulher.
A desoneração dos produtos da cesta
básica entrou em vigor com a publicação, na noite desta sexta, em edição
extra do "Diário Oficial da União".
O governo vai zerar a
incidência de PIS/Pasep-Cofins e de IPI de 16 itens: carnes (bovina,
suína, aves e peixes), arroz, feijão, ovo, leite integral, café, açúcar,
farinhas, pão, óleo, manteiga, frutas, legumes, sabonete, papel
higiênico e pasta de dentes.
Com a redução dos impostos, em tese, o
preço desses produtos vai baixar. Nesta quinta (7), o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) informou
que, em fevereiro, os preços da cesta básica subiram em 15 das 18
capitais pesquisadas pelo orgão.
“A partir de agora, todos os produtos da cesta básica estarão livres do pagamento de impostos federais”, disse a presidente durante o pronunciamento.
“Com esta decisão, você, com a mesma renda que tem
hoje, vai poder aumentar o consumo de alimentos e de produtos de
limpeza, e ainda ter uma sobra de dinheiro para poupar ou aumentar o
consumo de outros bens”, afirmou Dilma.
Alguns itens, como leite,
feijão, arroz e farinha, já não tinham nenhum desses impostos, mas no
sabonete, por exemplo, havia incidência de 12,5% de PIS-Cofins e de 5%
de IPI.
“Boa parte desses produtos já não pagava o Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI, mas ainda incidia uma alíquota de 9,25% do PIS-Cofins sobre os principais alimentos que você consumia”, explicou a presidente.
“Boa parte desses produtos já não pagava o Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI, mas ainda incidia uma alíquota de 9,25% do PIS-Cofins sobre os principais alimentos que você consumia”, explicou a presidente.
Segundo informou assessoria do Planalto, a
isenção de PIS-Cofins será feita por meio de uma medida provisória. Já a
de IPI se dará por meio de decreto.
Itens de higiene pessoal -
sabonete, papel higiênico e pasta de dentes – não faziam parte da cesta
básica e serão incluídos a partir de agora.
“Definimos um novo
formato da cesta básica de alimentos. Esse formato respeita seus hábitos
de alimentação e de higiene, além de priorizar os alimentos de mais
qualidade nutritiva, o que vai trazer mais saúde para você e para sua
família”, disse a presidente.
Em setembro, Dilma vetou artigo que determinava a isenção de PIS-Cofins e IPI sobre os alimentos da cesta básica. O artigo constava da medida provisória 563, de incentivos à inovação tecnológica e que amplia a desoneração da folha de pagamento.
Em setembro, Dilma vetou artigo que determinava a isenção de PIS-Cofins e IPI sobre os alimentos da cesta básica. O artigo constava da medida provisória 563, de incentivos à inovação tecnológica e que amplia a desoneração da folha de pagamento.
Na
época do veto, a presidente argumentou que a efetiva desoneração da
cesta básica deveria levar em conta não só tributos federais, mas também
os estaduais. Ela decidiu, então, criar um grupo de trabalho para
mapear a tributação federal (IPI e PIS-Cofins) e a estadual (ICMS) sobre
esses itens e para definir quais produtos compõem a cesta básica. O
grupo foi comandado pelo Ministério da Fazenda.
Em fevereiro, a
presidente reafirmou que o governo estudava a desoneração integral da
cesta básica. “Estamos revisando quais são os produtos que integram a
cesta básica, a fim de que nós possamos desonerá-los integralmente”,
disse, durante entrevista para rádios do Paraná.
Renúncia fiscal
Com a medida anunciada nesta sexta-feira, o governo abrirá mão de R$ 7,3 bilhões em impostos ao ano, dos quais R$ 6,8 bilhões relativos a PIS/Cofins e R$ 572 milhões a IPI. Somente em 2013, a renúncia fiscal será de R$ 5,5 bilhões, segundo as contas do governo.
“Conto com os empresários para que isso signifique uma redução de pelo menos 9,25% no preço das carnes, do café, da manteiga, do óleo de cozinha, e de 12,5% na pasta de dentes, nos sabonetes, só para citar alguns”, disse.
Com a medida anunciada nesta sexta-feira, o governo abrirá mão de R$ 7,3 bilhões em impostos ao ano, dos quais R$ 6,8 bilhões relativos a PIS/Cofins e R$ 572 milhões a IPI. Somente em 2013, a renúncia fiscal será de R$ 5,5 bilhões, segundo as contas do governo.
“Conto com os empresários para que isso signifique uma redução de pelo menos 9,25% no preço das carnes, do café, da manteiga, do óleo de cozinha, e de 12,5% na pasta de dentes, nos sabonetes, só para citar alguns”, disse.
Durante
o pronunciamento, Dilma falou sobre o “cuidado” com o controle da
inflação e dirigiu-se às telespectadoras para dizer que governa o país
“com a mesma responsabilidade que você e seu marido governam sua casa”.
“É
por isso que não descuido um só momento do controle da inflação, pois a
estabilidade da economia é fundamental para todos nós”, afirmou.
“Foi
assim que baixamos os juros para os mais baixos níveis da nossa
história. Foi assim que reduzimos, como nunca, a conta de luz de todos
os brasileiros”, declarou Dilma.
Defesa dos consumidores
A
presidente anunciou que, a partir de 15 de março, o governo passará a
adotar novas medidas de defesa do consumidor. Ela disse que o país
passará a “fiscalizar com mais rigor, aplicar multas mais adequadas, vai
conscientizar empresas, consumidores e toda a sociedade sobre as
vantagens, para todos da melhoria das relações de consumo”.
“No
próximo dia 15 de março, não por coincidência, o Dia Internacional do
Consumidor, vamos anunciar um elenco de medidas que transformarão a
defesa do consumidor, de fato, em uma política de Estado no Brasil”,
declarou.
O governo deverá criar novos instrumentos legais premiar
boas práticas e punir as más, conforme disse a presidente, além de
reforçar os Procons e criar mecanismos capazes de dar “respostas mais
ágeis e mais efetivas” às demandas do consumidor.
“Vamos cobrar melhorias de serviços e mais transparências das empresas e do próprio governo”, afirmou.
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