As vendas no comércio eletrônico brasileiro devem
atingir 28 bilhões de reais neste ano, quando o segmento pode superar 50
milhões de consumidores, conforme projeções traçadas nesta quarta-feira
pela empresa especializada em dados do setor, e-bit.
"A tendência é que o ano apresente resultado melhor que
2012 em virtude da retomada do crescimento econômico e da aceleração
das vendas de dispositivos móveis como tablets e smartphones", afirmou a
e-bit.
A previsão para 2013 representa crescimento de cerca de
24 por cento sobre os 22,5 bilhões de reais faturados em 2012,
excluindo serviços e ofertas em sites de compras coletivas, por exemplo.
O número de consumidores virtuais também deve saltar
neste ano, superando 50 milhões de pessoas, segundo o diretor geral da
e-bit, Pedro Guasti. Atualmente, 42,2 milhões de consumidores já
realizaram uma compra online no Brasil.
O resultado do ano passado foi impulsionado pelo
desempenho de vendas no segundo semestre, que concentrou datas
comemorativas como Dia dos Pais, Dia das Crianças e Natal --data mais
importante para o varejo, cujo faturamento do comércio eletrônico de
2012 atingiu 3,06 bilhões de reais.
Além disso, houve a edição brasileira da Black Friday, cujas vendas somaram 243,8 milhões de reais em 24 horas.
No ano passado, o setor de eletrodomésticos liderou as
vendas online, com 12,4 por cento do total, seguido por moda e
acessórios (12,2 por cento) e saúde, beleza e medicamentos (12 por
cento).
"O segmento de moda e acessórios vem crescendo muito
rapidamente... assim como saúde, beleza e medicamentos também vem
ganhando participação", disse Guasti.
Em uma análise mais ampla, na qual a e-bit consolidou o
desempenho de todo o comércio digital, o faturamento totalizou 49,7
bilhões de reais em 2012, abrangendo vendas de passagens aéreas,
ingressos, turismo, market places (locais destinados ao comércio de bens
e serviços, como o site Mercado Livre) e em sites de compras coletivas,
além das vendas de bens de consumo, que somaram 22,5 bilhões.
Em todo o ano passado, os sites de compras coletivas
tiveram faturamento de 1,65 bilhão de reais, alta de 8 por cento ante
2011. Já as vendas de passagens aéreas, turismo e ingressos alcançaram
18,9 bilhões de reais, enquanto a comercialização em market places somou
6,58 bilhões.
TÍQUETE MÉDIO CAI
Em sentido contrário ao desempenho das vendas, o
tíquete médio no comércio eletrônico diminuiu no ano passado em relação a
2011, passando de 346 para 342 reais.
"O tíquete médio é
alavancado pelas categorias de eletroeletrônicos, informática e
telefonia", disse Guasti. "Quando outras categorias emergentes ganham
espaço, o tíquete médio cai, mas isso não é ruim", acrescentou,
referindo-se a itens de consumo recorrente, como vestuário e acessórios.
A estimativa é de que o tíquete médio fique em 350 reais neste ano.
Guasti também destacou a relevância da isenção de frete
por parte das varejistas como forma de favorecer as vendas. "O frete
grátis continua sendo o grande alavancador de vendas", afirmou.
Dos 66,7 milhões de pedidos realizados em 2012, 54 por
cento tiveram frete grátis, gerando uma economia de 1,09 bilhão de reais
aos bolsos dos brasileiros.
Em contrapartida, os 46 por cento dos pedidos restantes
resultaram em custo adicional de 932,1 milhões de reais aos
consumidores, segundo a e-bit.
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